O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, saudou esta segunda-feira, em Bruxelas a "reconquista de Kherson", considerando que se tratou de num sinal de "coragem" do lado Ucraniano.."A reconquista de Kherson mostra que a guerra está a andar no sentido desejável neste momento, nomeadamente com a reconquista de territórios ocupados ilegalmente pela Rússia", afirmou o governante, considerando que representa "um momento de grande importância, com um elevado valor simbólico e também um elevado valor estratégico militar".."Creio que isso demonstra, por um lado, a determinação, a coragem e a força da população ucraniana e das forças armadas ucranianas, por outro lado também demonstra que o apoio que estamos todos a dar, transatlanticamente e na Europa, à Ucrânia. É precisamente o apoio que a Ucrânia precisa", vincou João Gomes Cravinho.O ministro mostrou-se ainda convencido de que "os reveses para a Rússia não vão parar por aqui e, portanto, vemos este momento com muita satisfação e otimismo"..Cravinho falava à margem de um conselho de ministros de Negócios Estrangeiros, em que os 27 formalizaram os procedimentos para uma missão europeia de apoio à formação de 15 mil militares ucranianos, que contará com a participação de Portugal..No final da reunião, o chefe da diplomacia europeia, Joseph Borrell fez ainda um balanço do apoio europeu, em equipamento militar concedido, até agora à Ucrânia, especificando que já representa "45 por cento" dos donativos dos Estados Unidos, ascendendo já a "8000 milhões de euros"..João Gomes Cravinho, que acredita que "as sanções tiveram um impacto nos resultados" alcançados pela Ucrânia no campo de batalha, anunciou que um novo pacote pode vir a caminho.."Vários países efetivamente desenvolveram um novo pacote, acredito que isso vá acontecer, já foram oito pacotes, haverá seguramente um nono", afirmou, ressalvando que "ainda estão a ser discutidas as modalidades que podem fazer parte desse pacote"..De um modo geral, um novo pacote de medidas, incluiria "sanções sobre mais indivíduos e mais entidades, incluindo sanções bancárias sobre algumas entidades que ainda estão no sistema Swift", admitiu Cravinho..Os ministros europeus adotaram ainda sanções contra o Irão, aprovando uma lista de 29 indivíduos e três entidades na sequência vaga de repressiva das autoridades contra a população civil e pela venda de "drones-kamikaze"..Apesar de as autoridades iranianas negarem, João Gomes Cravinho afirma que a União Europeia tem "fortes razões para duvidar" de Teerão.."O Irão tem obrigações relacionadas com as sanções que são impostas pelas Nações Unidas de não fornecer material militar a outros países e, portanto, já está em violação dessas decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o ministro, lembrando que o "Irão começou por negar, determinantemente, que fornecia drones à Rússia", embora agora "já admita que, afinal, forneceu. Agora diz que só forneceu drones antes da guerra".."Temos fortes razões para duvidar da palavra das autoridades iranianas e em relação a outras possibilidades, aquilo que nós sabemos é que não nos podemos basear apenas naquilo que eles dizem, temos de olhar para as provas", vincou.