Num comunicado a que a Lusa teve acesso, a Frente Unida para a Defesa da Nação "exige que o Presidente da República anule sem demora os decretos que nomearam" três líderes de grupos armados como "conselheiros militares", e que estes sejam presentes a tribunal..Entre os apontados está Bi Sidi Souleymane "Sidiki", líder do armado 3R (Regresso, Reclamação, Reconciliação), acusado de realizar vários ataques na semana passada que terão provocado a morte de pelo menos 50 pessoas na zona noroeste da RCA..Sidiki, enquanto representante do 3R, foi um dos 14 líderes de grupos armados que assinou, em fevereiro, um acordo de paz com o Governo centro-africano..O líder do grupo armado 3R foi nomeado "assessor especial militar" depois da assinatura de um acordo de paz entre o Governo da RCA e 14 grupos armados, em 06 de fevereiro..Depois dos ataques alegadamente perpetrados pelo 3R, o Governo emitiu um ultimato ao líder do grupo, pedindo-lhe que denunciasse os responsáveis num prazo de 72 horas, que, entretanto, terminou..No comunicado divulgado, os signatários afirmam "testemunhar ultimamente o ressurgimento da violência por grupos armados no interior" do país.."Hoje nada pode justificar tais atos de barbárie, na medida em que todos os grupos armados não são apenas signatários do acordo (...), mas também beneficiam igualmente deste dentro da alta administração civil e militar" referem..Grupos de Direitos Humanos responsabilizam o grupo 3R por matar e violar civis desde 2015..O acordo de paz foi assinado em Cartum no início de fevereiro pelo Governo da RCA e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz..O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do país. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim..Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da missão da Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde agora tem a 5.ª Força Nacional Destacada (FND) e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio..A 5.ª FND integra 180 militares do Exército (22 oficiais, 44 sargentos e 114 praças, das quais nove são mulheres) e três da Força Aérea.