Henry Sobel, o principal rabino brasileiro, acusado de roubar gravatas nos Estados Unidos, vai pedir "perdão a Deus", durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, segundo informação avançada ontem pela imprensa local. .O rabino Henry, de 63 anos, que é próximo do Presidente brasileiro, Lula da Silva, tenciona estar no encontro de líderes religiosos no próximo mês, em São Paulo, com o Papa Bento XVI. "Ao pedir perdão ao Papa, simultaneamente vou pedir perdão ao Deus de Abraão, Isaac e Jacob, o Deus dos profetas, o Deus do povo de Israel e, por extensão, aos amigos meus que sofreram", disse o rabino que em declarações ao jornal O Estado de São Paulo, citadas pela agência Lusa.. Detido pela polícia no dia 23 de Março, na Florida, acusado de furtar quatro gravatas, no valor total de 680 dólares, Sobel pagou uma fiança de 3000 dólares (2241 euros) e regressou ao Brasil. Depois pediu uma licença da presidência da Congregação Israelita de São Paulo, onde trabalha há 35 anos. "Fui eu que pedi uma licença temporária. Eu tenho tantos planos para concretizar ainda, junto com a juventude, com os casais jovens, com as pessoas de idade", sublinhou.. Desde o dia 29 de Março, o rabino está internado num hospital, na zona sul de São Paulo, recuperando-se do que os médicos acreditam ser um "episódio de transtorno de humor, representado por descontrolo emocional e alterações de comportamento". "Obviamente, algo estava preso dentro de mim quando aconteceu aquilo [o furto] e pedi a Deus para que eu possa viver um êxodo daquele triste episódio", afirmou o líder da maior comunidade judaica da América Latina. "Foi um acto falho como se diz? A expressão é correcta? Foi um acto falho. Jamais tive a intenção de cometer aquilo", disse na primeira entrevista após a sua detenção.