Em comunicado, a Quercus refere que os viveiros florestais nacionais produzem cerca de 30 milhões de eucaliptos certificados por ano e que o conjunto destes viveiros florestais também vende para o mercado geral, abastecendo os proprietários privados, mesmo que estes não tenham autorização do ICNF para efetuar arborizações com eucaliptos..Quase metade destes eucaliptos são plantas produzidas por empresas do grupo Altri e The Navigator Company, adianta a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza..A Quercus lembra ainda que, nos últimos anos, foi autorizada pelo ICNF a arborização e rearborização de cerca de 12 mil a 13 mil hectares de terrenos com eucaliptos por ano.."Mesmo considerando algumas perdas em viveiro e transporte, conclui-se que o número de eucaliptos plantados anualmente de forma legal não ultrapassa os 17 milhões. Sobram assim cerca de 13 milhões de eucaliptos (43% do total), livres para venda e consequente plantação, sem que exista qualquer autorização do ICNF", assinala a Quercus..A Quercus nota que, na consulta pública da reforma da floresta, já tinha alertado o Governo de que era essencial criar um mecanismo legal de controlo das plantas produzidas em viveiros para projetos florestais com espécies de rápido crescimento, pelo que defende que a permissão da compra e venda de eucaliptos deveria existir apenas mediante a apresentação de uma autorização do ICNF.."Enquanto não existe uma regulamentação adequada, a Quercus apela à responsabilidade social das empresas viveiristas, incluindo as pertencentes à industria de celuloses, para que não vendam eucaliptos a particulares ou a outras entidades que não tenham autorização para (re)arborização com eucalipto emitida pelo ICNF", enfatiza a associação, dizendo temer que a partir de outubro sejam vendidos mais 30 milhões de eucaliptos se entretanto não entrar em vigor a legislação prometida pelo Governo..Tudo leva a indicar - sublinha a Quercus - que a não publicação da prometida legislação para restrição à plantação de novas áreas de eucalipto, levará a uma "nova corrida à compra e plantação desta espécie florestal, com graves consequências ao nível do ordenamento do território e ao nível da Defesa da Floresta Contra Incêndios (DFCI)".