PS sugere que Cotrim não foi eleito para vice do Parlamento por culpa do PSD

O líder da Iniciativa Liberal teve 108 votos favoráveis à sua eleição como vice-presidente da Mesa da Assembleia. Precisava de 116 para ser eleito.
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O líder parlamentar do PS sugeriu esta quinta-feira que o PSD terá inviabilizado o nome de João Cotrim de Figueiredo (IL) para a vice-presidência da Mesa do Parlamento, baseado nos resultados dos candidatos dos vários partidos.

Eurico Brilhante Dias falava aos jornalistas na Assembleia da República depois de os deputados terem chumbado os nomes propostos por Chega e Iniciativa Liberal para duas vice-presidências do parlamento. Foram eleitos apenas dois dos quatro candidatos a vice-presidente, Edite Estrela (PS) e Adão Silva (PSD).

"No que diz respeito à vice-presidência, os senhores jornalistas têm acesso aos resultados parciais das votações e não é difícil perceber qual foi o partido político que quis inviabilizar a candidatura do deputado João Cotrim Figueiredo", afirmou.

Para o líder parlamentar do PS, este dado "é claro e objetivo" e "qualquer leitura dos resultados é relativamente fácil de perceber".

"Naturalmente, o voto é secreto e, portanto, esta afirmação carece de ser verificada, mas da leitura dos resultados não restam dúvidas de quem entendeu vetar o nome do senhor deputado Cotrim Figueiredo", afirmou.

Questionado diretamente sobre se estava a referir-se ao PSD, Eurico Brilhante Dias respondeu: "Não posso fazer essa afirmação perentória, não a farei. Mas os senhores jornalistas facilmente olham para os resultados eleitorais e conseguem perceber objetivamente qual a variação de resultados entre candidatos e aquilo que aconteceu em particular ao deputado João Cotrim de Figueiredo. Não será difícil perceber", vincou.

Quanto aos deputados do Chega, Brilhante Dias afirmou que "foi o resultado natural, repetido duas vezes, porque em consciência os deputados da generalidade dos partidos consideraram que não era adequado que uma força política não democrática pudesse estar representada na Mesa da Assembleia da República".

"Os deputados do PS distinguiram de forma clara candidatos de forças políticas democráticas de candidatos de forças políticas antidemocráticas e com forte conotação racista e xenófoba, e isso ficou evidente na votação de hoje", sublinhou.

Já quanto às declarações do deputado do Chega Gabriel Mithá Ribeiro, que momentos antes tinha afirmado que não foi eleito para a vice-presidência da Mesa por "questões raciais", Brilhante Dias disse apenas que ouviu "alguns comentários" mas pareceram-lhe "absolutamente deslocados já que é evidente que não houve nenhuma questão étnica nem racial".

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