PS e PSD reeditam 'bloco central' para Carmona

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Isaltino de Morais poderá ser o fiel da balança na eleição para a presidência da Junta Metropolitana de Lisboa, marcada para hoje. Se o autarca de Oeiras resolver estar ausente da reunião ou se não votar, o resultado poderá ficar empatado.

Fontes contactadas pelo DN, próximas do processo, dizem que o autarca que conseguiu recuperar a Câmara de Oeiras "só votará no candidato apoiado pelo PSD se este partido lhe pedir expressamente".Oficialmente, Isaltino de Morais informa, através do seu gabinete, que não se pronuncia sobre quem é que irá apoiar, uma vez que "desconhece listas e propostas apresentadas". Quanto à hipótese de ele próprio se candidatar é cenário que não ad- mite.

Tudo está, portanto, em suspenso até ao fim, já que as negociações poderão decorrer até ao último minuto antes da votação de hoje. Essa é pelo menos a expectativa dos comunistas que mantêm a posição de não abdicar da presidência da Junta Metropolitana. Carlos Chaparro, dirigente da Organização Regional de Lisboa do PCP considera que o problema da eleição é de "carácter político", recusando, por isso, os argumentos invocados pelo PS e PSD para justificar a escolha de Carmona Rodrigues para a presidência. "Não é a representatividade ou a importância de Lisboa que está em causa, senão esse argumento teria sido usado com Santana Lopes, que na altura viu recusado o apoio do PS para presidir à Junta. Na nossa óptica, o importante é saber se os autarcas dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) se sentem representados naquele órgão. O PCP invoca uma prática que sempre respeitou o de se eleger um presidente do partido da força maioritária, neste caso Carlos Humberto, autarca do Barreiro. É por isso que procuramos um consenso, apesar de sabermos que agora foi o PS que propôs ao PSD o apoio a Carmona".

Evitar dar palco ao PCP

Este "bloco central" reeditado explica-se com o facto de os socialistas, liderados neste processo por Joaquim Raposo (autarca da Amadora, que recusou prestar declarações) quererem a todo o custo evitar que o PCP tenha (com a presidência da Junta) um palco de combate ao Governo, sobretudo quando se desenham para a AML novos desafios (Ota) e competências entretanto consagradas na lei de 2003 (Lei Quadro das Áreas Metropolitanas). Nas hostes do candidato apoiado pelo PSD, o sentimento é de optimismo. "Há condições para que Carmona Rodrigues seja eleito", disse ao DN Fontão de Carvalho, número dois de Carmona em Lisboa, sublinhando que para "se obter melhor operacionalidade do órgão e para que este tenha um maior peso institucional" a escolha deve recair no autarca da capital.

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