Professora detida por assédio sexual

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Foi condenada a 15 meses de prisão efectiva uma professora primária, de 32 anos, acusada de ter mantido relações sexuais com um aluno de 14 anos. A britânica Hannah Grice, residente em Cannock, Stafford-shire, será ainda inscrita, durante dez anos, na lista pública de delinquentes sexuais do Reino Unido.

A alegada relação desenvolveu-se entre Março de 2003 e Maio de 2004, e os encontros - que eram marcados por e-mail ou carta - ocorriam em casa da professora, quatro vezes por semana.

Em Maio de 2004, a relação veio a público, tendo provocado a revolta dos pais e de outros docentes. Nesse mesmo mês, Hannah foi denunciada e presa pela polícia britânica. Durante o julgamento, o advogado da acusação, Simon Rippon, alegou que o rapaz começou por sentir um "interesse por Hannah" em Março de 2003, que foi correspondido e consumado na residência da arguida.

A defesa argumentou que a cliente devia ter pena suspensa, já que "se encontrava profundamente arrependida". O defensor Stephen Bailey disse ainda que, como "prova do arrependimento", Hannah já tinha largado o emprego como docente em Etchington, Staffordshire, e saído de casa.

A professora de 32 anos, casada e mãe de duas meninas, declarou- -se culpada das duas acusações de comportamento indecente quando o aluno tinha 14 e 15 anos. A confissão foi determinante para a sua condenação pelo tribunal, e, após ter sido ditada a sentença, o juiz John Shand esclareceu que o motivo de tal pena foi o abuso de confiança por parte da professora primária. "Casos deste género são ainda piores porque envolvem profes- sores", salientou.

À saída do tribunal de Stafford Crown, a mãe do adolescente - que não pode ser identificado por motivos legais - afirmou que foi a melhor solução. "A prisão é o melhor local, ela perseguiu o meu filho", acrescentou. "Foi um grande abuso de autoridade da sua parte."

Já Mike Grice - o marido de Hannah - considerou ser "tudo produto da imaginação do adolescente". "Como era possível três ou quatro encontros por semana?", acrescentou, incrédulo, e afirmou que vai ficar à espera que Hannah seja libertada. "O mais difícil vai ser explicar às minhas filhas porque é que a mãe não vai estar em casa durante um ano e três meses", lamentou. "No dia do meu casamento jurei ficar junto da minha mulher no melhor e no pior, e vou cumprir esses votos", afirmou o britânico de 34 anos.

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