Os trabalhadores da Fisipe estão hoje a cumprir o último de três dias greve contra "os baixos aumentos salariais e abuso de contratos precários".."A produção na empresa continua a estar parada e assim vai permanecer até ao final da greve, que termina hoje. A greve causou incómodo, o que levou a empresa a tomar algumas medidas, que não consideramos legais, e que motivou a presença da ACT no local", disse Cristiano Castanheira, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE SUL) à Lusa..Segundo o sindicalista, os trabalhadores realizaram hoje uma concentração junto à portaria da empresa.."A concentração correu bem e foram transmitidas algumas palavras aos trabalhadores. Agora vamos solicitar uma reunião com a administração, pois estamos disponíveis para o diálogo", acrescentou..A Fisipe é uma empresa de produção de fibras acrílicas com fábrica no Lavradio, concelho do Barreiro, que foi adquirida pelo grupo alemão da SGL em 2012..A administração da Fisipe, em comunicado enviado à Lusa, referiu que assinou um acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT) em março para os aumentos de salários "dentro das capacidades financeiras da empresa".."Decidiram o aumento salarial de 1,2% com um montante mínimo de 15 euros. O acordo considerou o pagamento de retroativos desde 01 de janeiro de 2017. Devido a esta adaptação recente, a Direção da Fisipe atualmente não vê necessidade de negociações", refere a empresa..A administração acrescenta que desde 2012 que tem investido de forma contínua nos colaboradores, com aumentos de salários e benefícios sociais.."Já em 2012 estendeu o seguro de saúde dos colaboradores efetivos aos seus cônjuges/companheiros em união de facto e filhos. Atualmente são 650 pessoas a usufruir desta proteção. Desde 2014 que a Fisipe tem apoiado também a educação dos filhos dos colaboradores. Outro benefício é o serviço de lavagem de roupa de trabalho que os colaboradores têm à disposição desde 2016", acrescenta..Cristiano Castanheira referiu que o acordo entre a empresa e a CT foi assinado à revelia do sindicato e dos trabalhadores.."A CT levou uma proposta à revelia do sindicato, pois não quis dialogar. Foi chumbada em plenário uma primeira vez e, a mesma proposta, foi depois aprovada com 77 votos de 340 trabalhadores, pois muitos abandonaram a reunião", disse, referindo que a CT acabou depois por se demitir.