Primeira galeria de arte 'naïf' em Lisboa

Com uma selecção de artistas 'naïf' portugueses e estrangeiros, a primeira galeria do género na capital pretende conquistar os lisboetas e os turistas com obras de arte acessíveis.
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Com uma mostra de dezenas de obras de pintura naïf de artistas portugueses e estrangeiros, inaugurou-se ontem na Rua da Misericórdia, em pleno Chiado, a primeira galeria do género em Lisboa, a Allarts Gallery.

Posicionada num dos percursos turísticos da capital, a galeria aposta na divulgação da arte naïf junto do público, dos coleccionadores e dos turistas que visitam Lisboa, disponibilizando obras em pequeno e médio formato a preços acessíveis.

"É a primeira galeria de arte low cost, uma vez que os preços não ultrapassam os dois mil euros, e isto foi uma exigência que apresentámos aos artistas", disse o galerista Pedro de Almeida, que tem uma actividade profissional também ligada ao turismo.

Apaixonado ele próprio pela pintura naïf, Pedro de Almeida percebeu a oportunidade de uma aposta qualificada neste nicho de oferta. "Em todas as capitais europeias há galerias de pintura naïf e figurativa. E acho que faltava um projecto destes em Lisboa", acrescenta ainda o galerista, que é também coleccionador.

A arte naïf é um tipo de arte considerada "autêntica", uma arte ingénua fora dos cânones académicos da pintura. Pedro de Almeida diz que o artista naïf é marcadamente individualista nas suas manifestações mais puras.

"É uma arte espontânea, instintiva, na qual o artista expressa o seu universo particular", afirma Almeida, lembrando que o principal artista deste movimento foi Henri Rousseau (1844-1910), que estreou com uma obra-prima original - Um Dia de Carnaval - no Salão dos Independentes de Paris. O seu trabalho foi reconhecido por artistas como Picasso e Delaunay e poetas como Apollinaire e chegou a influenciar o surrealismo.

Assim, a Allarts Gallery apresenta ao público uma série de trabalhos de nove artistas portugueses, entre eles as pintoras Luiza Caetano, única portuguesa entre mais de 70 artistas na 6.ª Mostra de Arte Naïf Europeia, em Madrid, e Fernanda Mourão, pintora autodidacta com trabalhos no Museu Internacional de Pintura Naïf de Jaen, Espanha.

Dos artistas estrangeiros destaque para a suíça Carole Perret e também para pintores da França, Itália, Finlândia, Espanha, Holanda, Brasil e Argentina que compõem o acervo da galeria.

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