Presidente da Sonaecom contradiz ex-director do Público

O presidente executivo da Sonaecom, Ângelo Paupério, contradisse hoje o ex-director do Público, José Manuel Fernandes, afirmando no Parlamento que o Governo nunca pressionou a empresa para mudar a direcção do jornal.
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"Na minha actividade de gestor da Sonae e da Sonaecom nunca um membro do Governo teve comigo essa condição", disse Ângelo Paupério na comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura que está a analisar a alegada existência de um plano do Governo para controlar a comunicação social.

Ouvido logo na primeira sessão desta comissão parlamentar dedicada ao exercício da liberdade de expressão, a 17 de Fevereiro, José Manuel Fernandes disse que o Governo de José Sócrates tentou condicionar o sucesso da OPA da Sonae sobre a PT à sua saída da direcção do Público.

Hoje o presidente da Sonaecom adiantou que "formalmente essa questão não foi colocada, logo não poderia ser denunciada".

Uma pressão que não concretiza o seu objectivo "não é pressão"

O presidente do conselho de administração do grupo Sonaecom, empresa accionista do Público, garantiu hoje que nunca foi pressionado e que, a existir qualquer tentativa, nunca seria transmitida à área editorial do jornal.

Na opinião de Ângelo Paupério, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, uma pressão que nunca chega ao seu objectivo "não é pressão".  

"Devo dizer que a Sonaecom não foi confrontada com pressões porque penso que as pessoas em geral e os agentes políticos sabem qual a atitude de gestão da Sonaecom. Nunca fui pressionado", garantiu, adiantando que "ninguém passa recados para a área editorial do Público através da sua administração".

 "Nunca fui confrontado com qualquer tipo de pressão que fosse ilegítima", frisou.

Contudo Ângelo Paupério admitiu que já foram feitas conversas e comentários em encontros no âmbito do "mundo dos negócios".

"É natural que as pessoas se refiram [aos seus interesses] em conversas comigo, acho legítimo que o façam, mas isso não tem influência no jornal", disse.

Ângelo Paupério frisou ainda "a importância de separar o que é a responsabilidade da área editorial e a do acionista" para garantir que "a gestão da Sonaecom não interfere na área editorial do jornal".

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