Fundos mobiliários são mais baratos mas também rendem menos.Os planos poupança reforma (PPR) sob a forma de fundos de investimento mobiliários cobram menos comissões de entrada e saída que os seus concorrentes (seguros e fundos de pensões). Mas também apresentam uma rentabilidade mais baixa. Estas são conclusões de um estudo elaborado pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP), relativo a 2006. ."O peso das comissões cobradas fora dos fundos é menor nos fundos de investimento mobiliário - cujo peso é de apenas 1,1% em termos de rendibilidade anual dos fundos -, mas também é neste segmento do mercado de produtos PPR que as valorizações (...) foram menores (3%)", lê-se no documento a que o DN teve acesso. .Refira-se que as comissões em causa, denominadas "fora do fundo", dizem respeito aos custos associados à entrada (subscrição) e saída (resgates) dos respectivos produtos. De fora ficam as comissões de gestão, que não são cobradas aos investidores - já que são descontadas do resultado final do fundo - e dependem, em muitos casos, da política de gestão do PPR (quanto mais activa for a gestão, maiores são os valores cobrados). .Os fundos de pensões oferecem, por seu turno, a rendibilidade líquida mais elevada (4,1%), mas implicam uma maior percentagem de comissões de subscrição e resgate (2,7%). Ainda assim, são os PPR sob a forma de seguros que apresentam a maior disparidade entre rentabilidade e custos. Na análise efectuada pelo ISP, o segmento de seguros registou, em 2006, um maior peso das comissões (9,6%) no resultado do produto. A rentabilidade (3,7%) ficou acima dos PPR dos fundos mobiliários, mas é inferior à dos fundos de pensões. .É possível, tendo em conta estes dados, concluir que os PPR realmente rentáveis - que superam a inflação de 3,1% registada em 2006 - foram apenas aqueles constituídos sob a forma de fundos de pensões ou seguros. Precisamente os PPR com comissões de subscrição e resgate mais elevadas. .Refira-se que os seguros PPR são também aqueles mais populares entre os portugueses que já subscreveram este produto de poupança (ver caixa). Do total de 12 mil milhões de euros geridos pelo mercado de poupança reforma, quase 10 mil milhões dizem respeito a seguros de Vida, pouco mais de dois mil milhões existem sob a forma de fundos de investimento e os restantes pertencem aos fundos de pensões..A equipa que elaborou o estudo do ISP realça em jeito de conclusão que "os produtos PPR incluem realidades que podem ser bastante diferentes". Assim, "enquanto nos seguros ligados, fundos de pensões e nos fundos de investimento (...) o risco de investimento é assumido pelos tomadores de seguros e contribuintes, no caso dos seguros não ligados esse risco é suportado pelas empresas de seguros, sem prejuízo de poderem ser distribuídos aos tomadores rendimentos adicionais por via da participação nos resultados".