Poluição associada a 10% dos casos de cancro na Europa

A exposição ao fumo passivo pode aumentar o risco geral de todos os tipos de cancro em até 16% para pessoas que nunca fumaram.
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A poluição está associada a mais de 10 por cento dos casos de cancro na Europa, segundo um relatório da Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA, sigla em inglês).

"A exposição à poluição do ar, substâncias químicas cancerígenas, radão, radiação UV (ultravioleta) e fumo passivo juntos podem contribuir com mais de 10% da carga de cancro na Europa", disse a agência em comunicado.

Porém, o especialista da EEA, Gerardo Sánchez, disse que "todos os riscos ambientais e de cancro ocupacional [aquele provocado por exposição a agentes cancerígenos em local de trabalho] podem ser reduzidos".

"Cancros determinados ambientalmente devido à radiação ou carcinógenos químicos podem ser reduzidos a um nível quase insignificante", afirmou aos jornalistas na semana passada, antes da divulgação do relatório, o primeiro da agência sobre a ligação entre cancro e meio ambiente.

Na União Europeia, 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com cancro a cada ano e 1,3 milhão morrem devido à patologia.

O continente europeu, que representa menos de 10% da população mundial, regista quase um quarto dos novos casos e um quinto das mortes.

A poluição do ar está ligada a cerca de 1% de todos os casos de cancro na Europa e causa cerca de 2% de todas as mortes por cancro, refere a agência.

A exposição interna ao radão está ligada a até dois por cento de todos os casos de cancro e a um em cada dez casos de cancro de pulmão na Europa.

A radiação UV natural pode ser responsável por até quatro por cento de todos os casos de cancro na Europa.

A exposição ao fumo passivo pode aumentar o risco geral de todos os tipos de cancro em até 16% para pessoas que nunca fumaram.

A agência alertou que alguns produtos químicos usados ​​nos locais de trabalho europeus contribuem para causar cancro, incluindo chumbo, arsénico, cromo, cádmio, acrilamida e pesticidas.

Estima-se que o amianto, um conhecido agente cancerígeno, seja responsável por 55 a 88 por cento dos cancros de pulmão ocupacionais. A União Europeia baniu o amianto em 2005, mas ainda está presente em alguns edifícios e os trabalhadores envolvidos em trabalhos de renovação e demolição ainda estão expostos, refere a agência.

"Os riscos de cancro ambiental e ocupacional podem ser reduzidos limpando a poluição e mudando comportamentos. Diminuir esses riscos levará a uma queda no número de casos de cancro e mortes", conclui a agência.

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