Pobreza, droga e sem-abrigo são problemas do Beato

<div> A pobreza, a toxicodependência e a existência de sem-abrigo são alguns dos principais problemas que atingem hoje a freguesia do Beato, na parte oriental de Lisboa, disse à agência Lusa o presidente da junta, Hugo Xambre (PS).</div> <div> </div>
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Em declarações à Lusa cerca de dois meses depois de reeleito nas autárquicas de setembro, o autarca admitiu que a freguesia "tem algumas zonas muito pobres, nomeadamente ao nível dos bairros municipais e vilas operárias".Por isso, a junta de freguesia assume que "tenta ter um papel ativo a nível de políticas sociais", tendo desenvolvido programas como o Beato Solidário, que presta serviços de enfermagem gratuita, pequenas reparações e cedência de materiais para pequenas obras, dispõe de uma lavandaria social e de um fundo de emergência social, que dá apoio pontual para famílias carenciadas."Conseguimos minimizar alguns efeitos, mas temos noção de que são pequenas ajudas. Não resolvem o problema de base", disse Hugo Xambre.Além disso, a junta dispõe ainda de um Espaço Saúde, onde há consultas de Clínica Geral, Psicologia, Nutrição, Dentária, Terapia Familiar, Análises Clínicas, Massagens e Acupuntura a preços mais reduzidos (cerca de 20 euros).A autarquia tem também aulas de violino, explicações escolares, aulas de dança, de teatro, corte e costura e trabalhos manuais para os idosos e desportos como futebol, ténis, zumba e ballet, entre outros."A regra é que todos paguem, mas se houver casos que não possam pagar, metem requerimento e será avaliado. No futebol e na ginástica sénior há muitos casos destes", disse o presidente da junta, lembrando que a freguesia tem "muitas pessoas com reformas de 200 e tal euros". "Precisamos das receitas, mas não se põe ninguém fora por não poder pagar 10 euros", frisou.O problema da toxicodependência é bem visível na rua onde se situam as instalações da junta de freguesia, vizinha do Centro de Apoio a Toxicodependentes.Quanto à questão dos sem-abrigo, o autarca explicou que não são pessoas daquela freguesia, mas vão lá procurar os dois centros que prestam apoio."Alguns não arranjam sítio onde ficar e acabam por ficar por aqui", disse o socialista, adiantando que em 2012 o número de sem-abrigo estava "acima da média de Lisboa: 17%".Antiga zona industrial, a freguesia do Beato tem cerca de 13 mil habitantes, muitos deles (26%) com mais de 65 anos, e conta ainda com sete antigas vilas operárias e três bairros sociais.A recente reforma administrativa não provocou alterações geográficas de maior naquela freguesia, que "ganhou" apenas 200 metros da Rua do Beato, que pertencia a Marvila.Trouxe, contudo, novas competências para a junta de freguesia, que Hugo Xambre considera serem um desafio."Vamos ter novas competências e vamos ter de estruturar essas novas competências de forma a que funcionem e se possam incluir nas atividades da junta", afirmou.Para o autarca, a "parte mais importante e mais difícil é a varredura e lavagem das ruas, que são uma queixa constante por toda a Lisboa"."A ser bem feito, é um passo importante para se ter um espaço público de qualidade", defendeu.Para o futuro próximo, o socialista considera que o Beato precisa de uma reabilitação profunda, nomeadamente Xabregas e o eixo da Estrada de Chelas."A estratégia que Lisboa está a seguir para a reabilitação urbana, com o recurso a fundos comunitários, pode ser uma hipótese boa para conseguir isso", afirmou.

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