Pereira Coutinho sem interesse pela PTM por a considerar cara

Publicado a
Atualizado a

A PT Multimedia (PTM) é "excessivamente cara", afirmou ao DN o presidente do grupo SGC, João Pereira Coutinho, para revelar o desinteresse pela empresa, explicando que, em bolsa, a PTM está a valer o dobro de grandes empresas internacionais. João Pereira Coutinho nunca se furtou a comprar empresas, mas assegura: "acho que vale a pena comprar se o preço for justo". Esta foi a sua resposta quando confrontado com a derrota na corrida à Oni. Pereira Coutinho chegou até ao fim das negociações, mas perdeu a etapa final para a Riverside e a Gestmin (de Manuel Champalimaud). No entanto, no arranque da Ar Telecom - a sua empresa de telecomunicações em Portugal - Pereira Coutinho comprou a Jazztel.

Agora, apesar de teoricamente a PT Multimedia poder ficar mais disponível para uma futura compra - pois fica com o capital mais fragmentado e sem qualquer empresa a dominar -, Pereira Coutinho descarta o seu interesse, devido ao preço. "Para nós, ou compramos bem ou continuamos a crescer organicamente. Com calma. Tenho muito tempo", disse o empresário ao DN, à margem da entrega do prémio de Personalidade do Ano 2006, pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Brasileira, galardão também atribuído a Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro.

Não revelando números, Pereira Coutinho assegura que a operação de telecomunicações em Portugal "não podia estar a correr melhor", estando ainda a instalar infra-estrutura, "o que leva tempo". No final deste ano, quer ter mais de meio milhão de casas cobertas. "Está a correr muito bem do ponto de vista de aceitação dos clientes que já temos, largos milhares." O grupo opera também nas telecomunicações no Brasil, com uma operação de televisão e Internet. Em Portugal além destes dois serviços oferece também voz. O que pretende que aconteça no Brasil, querendo avançar com uma operação tripla (voz, dados e televisão). No Brasil, "estamos a expandir fortemente a base existente" e "estamos a negociar a ampliação da área de cobertura onde estamos". Está presente em 11 Estados, 53 cidades. Ainda no Brasil, o grupo está presente no sector imobiliário e de centros comerciais (com perspectivas de alargar), no sector automóvel e está a negociar a entrada no sector financeiro. "Gosto de diversificar, porque é a forma de dividir o risco." Não revela o parceiro eventual, mas Pereira Coutinho assegura ao DN que entrará no sector financeiro numa área especializada. Para Portugal, o grupo tem uma parceria com o Santander Consumer, que poderá ser estendida ao Brasil. Outra área de investimento no Brasil de Pereira Coutinho é a de saneamento básico, estando a analisar concessões existentes.|

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt