PCP debate efeitos da eleição de Rui Rio

Comité Central debate no fim de semana diversos pontos da situação política interna, como a lei do financiamento partidário.
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Os 146 membros do Comité Central do PCP vão analisar este fim de semana qual o impacto da eleição de Rui Rio como presidente do PSD na situação política interna, adiantou ontem uma fonte comunista ao DN.

Esta primeira reunião daquele órgão de cúpula do Partido (entre os congressos) realiza-se uma semana após a eleição do novo líder dos sociais-democratas, que durante a campanha se assumiu como um forte crítico da lei do financiamento dos partidos - à qual os comunistas se opõem há mais de uma década e entendem mesmo como um dos "traços da ofensiva ideológica que, visando diretamente o PCP, procura atingir o próprio regime democrático", adiantou a mesma fonte.

Contudo, há pelo menos um ponto específico das alterações aprovadas há dias com o voto favorável dos comunistas - na sequência das sugestões formuladas pelo Tribunal Constitucional - em que PCP e o novo PSD de Rui Rio estão em desacordo: a isenção do pagamento de IVA alargada a todas as atividades partidárias.

Na campanha eleitoral dos sociais-democratas, em que criticou a aprovação das alterações feitas com o acordo do PSD e depois vetadas pelo Presidente da República com base na falta de escrutínio público, Rio qualificou a isenção total de pagamento de IVA como "grave e chocante". A título de exemplo, que pode aplicar-se diretamente à Festa do Avante, Rui Rio perguntou: "Imaginemos que um partido tem um bar onde vende umas cervejas e não paga IVA por isso. O que é que isso tem a ver com a política? Não tem nada a ver", concluiu.

Nesta reunião do Comité Central, que outra fonte partidária disse ser de rotina, os seus elementos irão fazer igualmente uma avaliação dos passos já dados na "reposição, defesa e conquista de direitos" dos trabalhadores. Diretamente relacionada com isso está a exigência de "afirmar uma política alternativa necessária ao país", o desenvolvimento da "luta de massas" e ainda "o reforço da organização do partido, com destaque para a atividade ao nível das empresas, precisaram as fontes.

Em termos internacionais, para além da crise na península coreana e da situação no Médio Oriente, os dirigentes do PCP vão dedicar uma atenção particular ao estado da União Europeia e aos desenvolvimentos em torno da moeda única, acrescentaram.

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