Para evitar males maiores

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Na 5.ª-feira, os jornalistas foram surpreendidos com a colocação de baias nos Passos Perdidos (ver foto). Um ringue, mais parece. Há regras - todos convirão - que devem e podem ser acauteladas na relação entre jornalistas e políticos. Não o direito a perguntar e nem o direito de não querer responder. O direito à dignidade. De todos. A confusão e o caos não beneficiam ninguém. E o Parlamento português honra-nos pela liberdade que se respira em cada corredor. Porquê então agora esta disciplina do espaço? Porque há de facto dias em que todos correm, todos perguntam, alguns respondem, outros fogem, os cabos enrolam-se nas pernas, os tropeções acontecem, às vezes há quedas (embora a ministra Helena André tenha caído duas vezes no mesmo dia porque simplesmente escorregou no soalho) e no último congresso do PSD (podia ter acontecido no Parlamento) Manuela Ferreira Leite deu uma valente cabeçada numa câmara. Os jornalistas não devem ser protagonistas, como aqueles que invadem o terreno do jogo depois do apito final. Evite-se, por isso, uma solução tipo flash-interview mal o jogo termina, neste caso o debate. Aí vai dar ao mesmo. Sim, os políticos serão menos incomodados, mas o incómodo neste caso não é defeito, é feitio. Deve prevalecer. Assim a AR assegure condições para que esse trabalho se possa fazer sem jornalistas de cócoras ou microfones espetados nos alheios sovacos. Assim as TV possam crer que nem só os seus jornalistas sabem fazer perguntas. E assim os protagonistas políticos e, nomeadamente o primeiro-ministro, respeitem esses outros jornalistas. Don't get me wrong (título de uma das músicas preferidas de Sócrates, que o próprio escolheu na ultima campanha eleitoral para as legislativas).

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