País MSN alarga sociedade em rede

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Os utilizadores do serviço MSN podem formar o sétimo país mundial, com mais "população" que a Rússia, ou, se se reunissem numa cidade, esta seria cinco vezes maior que Tóquio. O Messenger tem 155 milhões de utilizadores mensais, sendo que perto de 15 milhões estão ligados simultaneamente, trocando 2,5 mil milhões de mensagens entre si.

A comunicação em tempo real há muito que ultrapassou os limites do telefone, e as novas tecnologias fazem de cada internauta um potencial utilizador da comunicação em tempo real. Gustavo Cardoso, investigador do ISCTE na área das novas tecnologias, disse ao DN que não vê "nenhuma perversidade neste tipo de comunicação", porque esta "é uma forma complementar de comunicação". O sociólogo, que dirigiu um estudo sobre a Sociedade em Rede em Portugal, sublinha que "as pessoas que usam a Internet comunicam mais, não há o isolamento que se pensa" e estes programas só existem, "porque há a necessidade de comunicar". As vantagens desta "manifestação da sociedade em rede" são as de poder "gerir a nossa 'contactabilidade', de gerir as pessoas. Porque são redes onde as pessoas têm de se conhecer", o que acaba por ser "menos permissivo que o e-mail", refere.

Rogério Santos, professor na Universidade Católica, destaca o facto de serem os "jovens os que mais usam estes programas", que "representam um prolongamento não físico da conversa real. É uma tecnologia que de certa maneira substitui o telefone, até pelos custos mais reduzidos". No entanto, pode levar a que haja "um descuido com a língua escrita", levando a "uma nova estenografia que vem das SMS", porque os utilizadores querem escrever depressa.

Com um largo número de subscritores do serviço MSN, o Messenger teve um forte potencial desde o início, estando já disponível em 26 línguas, incluindo o português de norma brasileira.

A utilização é simples. Basta ter uma morada de e-mail para poder aceder ao programa e ir criando uma lista de contactos. A tecnologia evoluiu e o Messenger já permite também aliar à escrita, a voz e a imagem, através de um microfone e das webcams. A provar a procura da vertente multimedia do programa, os dados mostram que, em Dezembro de 2004, houve 2,3 mil milhões de sessões que usaram webcams em apenas um dia.

Para além da importância nos contactos pessoais, a aplicação tem-se revelado também um instrumento de trabalho e em muitos locais a janela do Messenger está sempre presente. Rodolfo de Oliveira, da Microsoft Portugal, explicou ao DN que a empresa estabeleceu um acordo com a Siemens, em Portugal, para a criação "de um centro de excelência de real time comunications", para aproveitar as vantagens deste serviço "no âmbito empresarial. A tecnologia está comprovada. Acredito que venham a surgir mais casos", porque "a ferramenta permite eliminar barreiras, distâncias e até permite aumentar a produtividade".

Em termos de segurança, garante que "as mensagens vão encriptadas e não haverá problemas de interferências. Nos servidores há garantias de que não são mexidos". No entanto, há também cuidados que cada utilizador deve ter, "definindo quem é que tem acesso à sua conta. Em termos de privacidade, há questões óbvias". Também aqui "não se deve abrir um ficheiro que não se sabe de onde vem e devem-se verificar os updates". Isto porque o Messenger já vai na versão 7.0 e nas "actualizações todas as áreas são visadas. Mas um utilizador não adiciona quem não queira, não abre um ficheiro que não conhece. É o mesmo que não abrir a porta a um desconhecido, é o mesmo pressuposto", afirma.

Além da aplicação da Microsoft, há outros casos que funcionam da mesma forma, como o Sapo, que lançou o Mensageiro, ou o portal norte-americano Yahoo!, que tem o Yahoo!messenger.

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