A "batalha" trava-se desde 1928, tradicionalmente nas águas do Tamisa. Hoje e amanhã continua no Tejo, com um desfecho imprevisível. Pela primeira vez, as lendárias equipas de oito remadores das universidades de Oxford e Cambridge defrontam-se no rio Tejo. E não poderão contar com um confronto num percurso "neutro", já que o terceiro opositor nesta competição principal da Lisboa Classic Regatta será o yolle do clube anfitrião: a Associação Naval de Lisboa (ANL)..Reunindo cerca de 250 remadores, entre 25 equipas inscritas, a segunda edição da Lisboa Classic Regatta consolida-se como a mais internacional competição do remo português e encerra a comemoração dos 150 anos da ANL..Oxford e Cambridge, pelo prestígio e tradição, estarão, como é evidente, no centro das atenções. Porém, a lista de inscritos em yolle de 4 deixa adivinhar uma competição escaldante, na pista que estará delineada entre a estação fluvial de Belém e a Torre de Belém, um percurso de mil metros, com excelente acessibilidade visual ao longo de todo o trajecto. .London Rowing Club - que partilha a data da sua fundação com a ANL - integra a lista de convidados de honra, tal como o Real Club Náutico de Vigo e as selecções de França, Holanda, Croácia, Gibraltar e Malta. Com a presença dos principais clubes portugueses, perspectiva-se um fim-de-semana pleno de acção..A classe 'Yolle'.Mais largos e estáveis que as estreitas embarcações utilizadas no Tamisa, os Yolle são os barcos indicados para o remo de competição em águas mais sujeitas à acção do mar, como as do Tejo. Esta classe conheceu grande sucesso durante o século XIX, mas foi, progressivamente, desaparecendo no século seguinte, chegando a um ponto de iminente extinção. .A primeira competição de yolle de que há registo, em Portugal, terá ocorrido em 1853, precisamente no mesmo estuário que este fim-de-semana recebe a Classic Regatta. Mas ao invés de Oxford-Cambridge, frente a frente encontraram-se uma tripulação da Marinha Real Portuguesa e outra pertencente ao Odin, um navio de guerra inglês fundeado em Lisboa..O quase desaparecimento não passou despercebido aos entusiastas e, nos últimos anos, um intenso trabalho de recuperação efectuado nas embarcações ainda existentes e a construção de novas, em fibra em vez de madeira, conferiu nova vida aos Yolle, enquanto iniciativas deste tipo, como as da ANL, criaram uma onda de entusiasmo "internacional" face às competições nestas embarcações, que fazem lembrar as baleeiras de outros tempos.