Os relvados ficaram demasiado curtos para tanta beleza

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Revista com as fotos da árbitra bate recordes

A Confederação Brasileira de Futebol lançara o aviso de que não pactuaria com um tipo de protagonismo que a FIFA desaconselha aos árbitros, mas mesmo assim Ana Paula Oliveira foi até ao fim. Justificou que não aceitava discriminação sexual, explicou que vários jogadores já tinham feito o mesmo, lembrou que a vida privada só a ela lhe pertence. Disse até que se despia para concretizar um sonho da mãe. Mas foi até ao fim.

A ousadia retirou-a da lista de árbitros de elite da CBF e fê-la descer de divisão. Ela que nos últimos tempos acumulara uma série de erros graves, os últimos dos quais anularam dois golos que afastaram o Botafogo da final da Copa Brasil, e até reprovara nos exames físicos da Federação Paulista de árbitros. Por isso foi excluída dos quadros da FIFA e arrisca-se a apitar apenas jogos da quarta divisão. O que pouco parece estar a chateá-la.

A onda de Ana Paula Oliveira é agora outra. O ensaio que realizou para a Playboy deu-lhe uma projecção que tornou os relvados demasiado curtos para ela. O Brasil ficou louco com as fotos de uma árbitra assistente alta, morena, de curvas acentuadas, sorriso inocente e olhar doce. Tanto assim que a direcção da revista já espera que a edição de Julho se torne o maior sucesso de vendas do ano da histórica publicação no Brasil.

Ana Paula Oliveira também não fez por menos. Para além de toda a mediatização à volta da ousadia, a brasileira caprichou nas fotos. Sobretudo numa, que era um antigo sonho do fotógrafo J.R. Duran mas que nunca nenhuma estrela aceitara fazer. Uma posição com a mulher de bruços, num pose ousada. Ana Paula aceitou. "É uma das fotos mais atrevidas da história da revista", garantiu o radiante director Edson Aran.

Eventos sociais e política

A fiscal de linha discorda. Acha que é ousada, mas não é agressiva. E sorri. Perante a foto e perante a vida. Todos estes detalhes bem somados lançaram Ana Paula para um estrelato que a arbitragem nunca lhe daria. A brasileira já avisou que não está disponível para jogos oficiais pelo menos até ao fim de Setembro, sendo que a partir de agora vai dedicar-se a eventos sociais: sessões de autógrafos, publicidade, jogos de demonstração.

Pelo meio surge mais uma porta que se abre: a política. Conta a própria que vários partidos a sondaram para tentar convencê-la a candidatar-se a vereadora do município de Hortolândia, a cidade de quase 200 mil habitantes do interior de São Paulo de onde Ana Paula é natural. A árbitra garantiu que é uma ideia que está a amadurecer e que seria um prazer ajudar a cidade para além do projecto de cidadania que já desenvolve.

Sobra pouco espaço para o futebol, é certo, mas isso nem parece ser o mais importante. Afinal de contas a discriminação da FIFA e da CBF, as mesmas que nunca se opuseram a que Vampeta, ou até mesmo Emerson Leão no início dos anos oitenta, se despissem de preconceitos, afinal de contas a discriminação, dizia-se, só lhe trouxe protagonismo.

Os relvados ficaram definitivamente demasiado curtos para tanta beleza.

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