Conferência. O ex-presidente dos EUA esteve em Portugal menos de 24 horas .A EDP e a agência Cunha Vaz custearam a palestra muito restrita .Registo de imagens proibido. Registo de som proibido. Citações directas não autorizadas. O ex-Presidente dos EUA Bill Clinton esteve ontem em Portugal, numa visita-relâmpago que durou menos de 24 horas, para uma conferência promovida por uma agência de comunicação (a Cunha Vaz e Associados) associada à EDP. Aquelas foram as condições que impôs. .O cachet manteve-se secreto embora fontes ligadas à organização tenham avançado ao DN um número na ordem dos 300 mil dólares, número sem confirmação oficial e que parece "curto" (há quem afirme que a vinda de Alan Greenspan a Portugal, também organizada pela mesma agência, orçou quase um milhão de euros, tanto assim que quem quis assistir à sua conferência teve de pagar). Ontem ninguém teve de pagar para assistir à palestra do ex-Presidente, que teve lugar, à hora de almoço, no Museu da Electricidade. Clinton chegou discretamente a Lisboa por volta das 23.20 de anteontem, num voo privado. Trouxe consigo a filha, Chelsea, que cada vez mais parece, como os pais, mobilizada para uma carreira política (foi uma presença permanente ao lado da mãe nas primárias dos EUA). Chelsea pouco se mostrou. E nem sequer aproveitou a conferência para ver as vistas em Lisboa - acompanhou sempre o pai. Do aeroporto da Portela, Clinton pai e Clinton filha rumaram directamente ao hotel D. Pedro, nas Amoreiras, onde, após uma ceia ligeira, pernoitaram. Fizeram-se evidentemente acompanhar de alguns elementos dos serviços secretos americanos, que lhe fazem a segurança (obrigatória por ser ex-Presidente). Como mandam as regras, a operação geral de segurança foi montada e coordenada pela PSP. .A segurança americana do ex-Presidente mostrou-se de forma muito discreta - para não dizer praticamente invisível. O facto de o orador convidado ter proibido registos de som ou de imagem (não se viram nem microfones, nem máquinas fotográficas nem câmeras de televisão) facilitaram a tarefa aos seguranças. .Antes da conferência, Clinton reuniu privadamente com cerca de 25 personalidades da vida empresarial e política portuguesa. O Governo fez-se representar por Manuel Pinho, ministro da Economia. A nova direcção do PSD não apareceu - facto a que não será alheio a ligação de Cunha Vaz à anterior direcção de Menezes. Pedro Santana Lopes, esse, não desperdiçou a oportunidade para um encontro mais próximo com o ex-Presidente dos EUA. Nem o mais recente empresário de obras públicas, Jorge Coelho.