O regresso de 50 Cent, o 'rapper' à prova de bala

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Depois de sucessivos adiamentos, 50 Cent tem presença confirmada hoje no Estádio do Restelo, enquanto cabeça-de-cartaz do Festival Hip Hop. Para que não fiquem dúvidas, o rapper deixou uma mensagem no site oficial onde garante a sua presença em Portugal. O início do concerto está marcado para as 20.30 e contempla ainda um contingente angolano constituído pelos Kalibrados e por Anselmo Ralph, por Boss AC e Akon e Busta Rhymes.

Figura marcante num meio intensamente competitivo como é o do hip hop, admirado pelas novas gerações que tentam imitar o seu estilo de vida, Curtis James Jackson III (o nome verdadeiro de 50 Cent), de 31 anos, não foi o que se pode chamar de criança favorecida. Aos oito anos, perdeu a mãe, uma dealer que o havia criado sozinha e foi assasinada.

Vindo do bairro de South Jamaica, em Queens, Nova Iorque, traficou droga desde muito novo e só após o nascimento do seu filho é que começou a encarar a música como mais do que um hobby. Toda a sua vida foi, aliás, marcada por conflitos, por exemplo, com o seu primeiro guru Majestic, responsável pela morte da mãe. Este tentou também matá-lo, mas acabou por ser baleado mortalmente pelos amigos de 50 Cent.

Em Abril do ano 2000, o cantor foi baleado por nove vezes, três dias depois de filmar um teledisco com as Destiny's Child para a canção Thug Luv. Três das balas causaram-lhe ferimentos ligeiros, no maxilar e em cada uma das perna.O "acidente" alterou a sua voz tornando-a um pouco mais rouca, tendo sido também submetido a uma cirurgia.

A sua carreira ganhou expressão após o lançamento do bem sucedido, e polémico singleHow To Rob em que ensina a roubar rappers famosos. Ofendidos pela gravação, Jay-Z e Ghostface Killah responderam-lhe com palavras duras. Mais tarde foi Ghetto Qur'an, que fala sobre o negócios do tráfico de droga e não omite nomes. O tema levou a uma briga com um dos chefes do tráfico, conhecido como Kenneth "Supreme" McGriff, fundador de um gang chamado Supreme Team.

Pelo caminho, ficou o seu primeiro disco, The Power of Dollar, gravado em 2000, e cancelado após esta tentativa de homicídio. O período de afastamento a que se entregou teve um efeito reflexivo e o seu regresso trouxe o aparecimento do colectivo G-Unit, onde se destacam nomes como Lloyd Banks e The Game. Ainda antes de assinar pelas editoras de Eminem e de Dr. Dre, 50 Cent voltou a gravar, com um orçamento reduzido graças à ajuda do seu novo amigo de negócios Sha Money XL.

A dupla gravou mais de 30 temas, exclusivamente para mixtapes com o propósito de criar uma nova reputação para 50 Cent. E foi assim que o seu nome começou a ser falado, ainda que dentro de um círculo ligado ao underground.

Finalmente em 2003, chegou o esperado Get Rich Or Die Tryin', um dos melhor sucedidos álbuns de estreia num género de grande impacto como é o hip hop, sobretudo aquele que tem raízes em solo norte-americano.

Em Portugal, o seu primeiro concerto, no Pavilhão Atlântico, no dia 1 de Outubro de 2005, ficará, para sempre, marcado como o primeiro grande acontecimento nacional ao nível do hip hop. Foram 18 mil os espectadores que encheram o recinto. Já em 2006, participou também numa noite dedicada exclusivamente ao hip hop no último Festival Super Bock Super Rock.

Hoje, 50 Cent deverá apresentar o novo álbum Before I Self Destruct, responsável pelas sucessivas mudanças de data do seu espectáculo em Portugal. Paralelamente à música, tem feito carreira no cinema, como aconteceu no autobiográfico Get Rich Or Die Tryin' (editado só em DVD entre nós). Outros filmes são Live Bet, Home of the Brave,The Dance e New Orleans.

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