O presidente-adepto e o traidor Coentrão

Bruno de Carvalho foi a pé para a Luz, entre os adeptos leoninos, viu o jogo na caixa de segurança instalada nas bancadas e foi lá que festejou o golo de Gelson. Lateral esquerdo regressou à antiga casa e ouviu das boas...
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"Já cá estamos!", avisou Bruno de Carvalho nas redes sociais, assim que entrou no Estádio da Luz. Faltava mais de hora e meia para o início do dérbi quando o presidente do Sporting, equipado a rigor, entrou no recinto do rival, após um cortejo a pé desde o Estádio José Alvalade, inserido na chamada caixa de segurança e na companhia de mais 3000 leões. O percurso feito pelo presidente durou pouco mais de uma hora e fez-se com muita euforia, mas sem problemas de maior, segundo a PSP, que deu apenas conta de quatro detenções antes do encontro, por posse de engenhos pirotécnicos.

Já no dérbi de 2011/2012, com Godinho Lopes no hospital, o então vice-presidente Pereira Cristóvão optou por liderar a comitiva na Luz desde as bancadas, na estreia da chamada caixa de segurança, a que chamou de "gaiola", e que acabou com cadeiras a arder. Desta vez não houve fogo, mas a caixa de segurança volta a ficar para a história. Foi lá que Bruno de Carvalho festejou o golo de Gelson e desesperou com o penálti de Jonas aos 89 minutos...

Quem ficou com as orelhas a arder na Luz foi Fábio Coentrão. Desde o primeiro até ao último minuto, o lateral que jurou amor ao Benfica e agora veste de verde-e-branco foi assobiado pelos mais de 50 mil adeptos encarnados presentes no estádio. Ainda antes do intervalo, a Luz ia indo abaixo para reclamar um penálti de Coentrão. Logo depois deu origem a um sururu ao queixar-se de ser atingido pela chuva de cartolinas, as mesmas que foram agitadas ao som do cântico "e o Benfica é campeão" no início do jogo, e com a mensagem: "o maior de Portugal".

E nem os jogadores do Benfica esqueceram a "traição". O bater no peito, ali bem onde o emblema esconde o coração, de André Almeida depois de derrubar Coentrão, numa falta cheia de pujança, é exemplo disso.

Mas houve um momento, antes do apito inicial, em que ambas as equipas e os adeptos se uniram, o do minuto de silêncio em memória de Edu Ferreira do Boavista, que morreu na semana passada. Depois assistiu-se a um grande ambiente nas bancadas, bom futebol, picardias, cânticos, golos, chuva de cartolinas, polémica e paragens para entrar o VAR, que cada vez mais faz parte do jogo. Ingredientes que vão alimentando a rivalidade, ano após ano, daquele a que chamam o dérbi eterno.

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