O derradeiro sorriso que mantém Fehér presente

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O futebol português sofreu um choque. A 25 de Janeiro de 2004, há precisamente um ano, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, Vitória e Benfica defrontavam-se. Já nos descontos, Miklos Fehér, ponta-de-lança húngaro, de 24 anos, morria de forma trágica, e a sua morte entrava em directo nas casas de quem estava sentado em frente da TV.

Depois de ter sido admoestado com um cartão amarelo pelo árbitro Olegário Benquerença, o avançado sorriu pela última vez e... caiu desamparado no relvado! Eram 21.30. Entrado aos 60 minutos, para substituir João Pereira, "Miki" havia sido decisivo poucos minutos antes, ao fazer o passe para o golo de Fernando Aguiar.

Após a queda fulminante de Fehér, o resultado deixou de ter qualquer significado. Durante 14 penosos minutos, e perante a consternação de atletas, responsáveis e adeptos benfiquistas e vimaranenses, foram tentados todos os exercícios de reanimação. Nas bancadas, o público gritava pelo nome do internacional húngaro e aplaudia. O ponta-de-lança magiar ainda terá dado sinais de vida, pelo que se chegou a pensar que tudo não teria passado de um susto. Mas as equipas de socorro não conseguiram manter a pulsação do jogador.

"Miki" foi transportado, em seguida, de ambulância, para o Hospital da Senhora de Oliveira, em Guimarães, onde deu entrada pelas 21.54, em paragem cárdio-respiratória. Na unidade hospitalar foram levadas a cabo todas as manobras de emergência e medidas de avançado suporte de vida, por intermédio de dois anestesistas e pelo especialista de Cuidados Intensivos de Cardiologia. Às 23.10, o coração do atacante deixou de bater e foi declarada a morte.

A autópsia, a cargo do Instituto de Medicina Legal do Porto, foi inconclusiva, por não terem sido encontradas lesões que, macroscopicamente, revelassem as causas da morte.Mais tarde, soube-se que Fehér tinha uma malformação congénita no coração.

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, anunciaria dias depois que a camisola 29 não voltaria a ser vestida por jogadores encarnados. No sábado passado foi inaugurado no Estádio da Luz um busto de Miklos Fehér, evocando um no me que entrou, da forma mais trágica, para a história do Benfica e do futebol português.

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