O Cirque du Soleil chegou à cidade

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Delirium, o primeiro espectáculo produzido pelo Cirque Du Soleil para pavilhões e arenas de grandes dimensões, foi pensado como apresentação itinerante, não ultrapassando os dois dias de residência em cada cidade. Mas, na primeira visita du Cirque a Portugal, Delirium instala-se no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a partir de hoje e até domingo, com sete apresentações totalmente esgotadas há vários meses.

Os primeiros bilhetes foram colocados à venda em Agosto, esgotando rapidamente e motivando o agendar de duas apresentações extra. A reacção do público português levou mesmo o Cirque du Soleil a confirmar a passagem de Quidam pelo nosso país em Abril de 2008.

Delirium não representa a tradição Cirque Du Soleil. Estreado em Janeiro de 2006, dispensa a habitual tenda gigante (grand chapiteau) e ocupa grandes salas fechadas. Partindo da composição musical dos espectáculos que o Cirque apresenta desde 1992, com Saltimbanco, faz da banda sonora (composta por 15 temas) o fio condutor de toda a actuação. Músicas reinterpretadas, remisturadas e com letras escritas propositadamente para o efeito (uma delas em português), um encontro entre acrobacias e apresentações multimedia. Tudo num cenário de dimensões generosas, com os cantores no centro do palco, ditando o enredo para as performances.

Delirium nasce de um conto, de uma história que procura o equilíbrio entre realidades distintas num mundo sem rumo. Esta dualidade é representada, em palco, pelo diálogo entre corpos e tecnologia, tradição e modernidade. Para a ilustrar, os criadores do espectáculo (Michel Lemieux e Victor Pilon) conceberam uma das maiores produções multimedia que alguma vez esteve em digressão pelo mundo.

O Pavilhão Atlântico vai receber sete mil pessoas em cada uma das apresentações de Delirium. Ou seja, cerca de metade da capacidade total da sala. Isto porque a dimensão da produção assim o requisita. Ecrãs gigantes (que, dependendo do espaço que recebe o espectáculo, podem ocupar a área de dois ecrãs IMAX) preenchem um palco que transforma projecções vídeo, design de luz, música e acrobacias num corpo único. Imagens pré-gravadas são manipuladas em conjunto com filmagens em tempo real. Os músicos estão em permanente destaque, numa dualidade constante com os acrobatas que surpreendem os espectadores, procurando reacção e interacção.

Mantendo o espírito multicultural do Cirque Du Soleil (que, desde 1984, faz das suas criações de novo circo motivo para o encontro de culturas), Delirium congrega 36 artistas de 16 países diferentes: oito músicos, seis cantores, 11 bailarinos, oito acrobatas e três actores que interpretam os papéis principais do enredo.

Além de Delirium e Saltimbanco (também para pavilhões), o Cirque du Soleil apresenta, actualmente, outros 15 espectáculos: 7 em teatros permanentes nos EUA e 8 em digressão pelo mundo inteiro.|

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