Mais um 0-0. Dragão não marca há 340 minutos
Não há mais como disfarçar. Este FC Porto tem uma gritante incapacidade ofensiva que começa a por em causa de forma séria os objetivos da temporada. Esta noite, no Restelo, mais um 0-0, o terceiro consecutivo, desta vez para o campeonato, onde a equipa de Nuno Espírito Santo caiu para terceiro (Sporting ganhou no Bessa) e pode ficar já a distantes sete pontos do líder Benfica, caso este bata amanhã o Moreirense na Luz.
Pior, os dragões arriscam mesmo fechar a jornada em quinto lugar, se Sp. Braga (recebe o Feirense na 2.ª feira) e V. Guimarães (joga domingo em Tondela) ganharem os seus respetivos jogos. E isto depois da eliminação na Taça de Portugal, em Chaves, após um 0-0 em 120 minutos, e da incapacidade em carimbar já o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, com outro 0-0 em Copenhaga, terça-feira passada.
Este sábado, Nuno Espírito Santo voltou a apostar no mesmo onze que entrou em campo na Dinamarca, desta vez para defrontar o Belenenses. E o que se viu foi mais do mesmo. Pouca capacidade de mandar no jogo, pouca capacidade de ter bola, quase nula capacidade de ameaçar a baliza contrária. O Belenenses, por seu lado, foi bem mais acutilante na primeira metade, nunca se privando de discutir o jogo cara a cara e esticando o futebol até à área de Casillas sempre que possível.
E foram várias as vezes que isso aconteceu. Numa delas, o médio André Sousa acertou com estrondo no poste direito da baliza do espanhol, aos 13 minutos. Gerso, Sturgeon e Camará combinaram algumas outras jogadas que fizeram o perigo rondar a área portista, enquanto no FC Porto André Silva voltava a ter de recuar muito em campo para ter a bola em condições, desgastando-se fora da sua zona de atividade.
Ainda assim, coube ao FC Porto desperdiçar a melhor oportunidade da primeira parte, quando o espanhol Óliver surgiu isolado por um excelente passe de Corona mas decidiu tentar servir Diogo Jota em vez de rematar à baliza - Domingos Duarte cortou.
Na segunda metade, Nuno Espírito Santo não demorou muito, desta vez, a lançar em campo o avançado belga Depoitre, cuja escassa utilização tem merecido várias críticas ao técnico portista, mas nem ele ajudou a resolver a falta de golo deste FC Porto. Talvez porque a debilidade ofensiva se estenda também à criação. Ainda assim, os dragões cresceram, carregaram mais sobre a defensiva do Belenenses, sobretudo pelas incursões de Maxi Pereira pela direita, e Depoitre até teve nos pés a oportunidade para reivindicar a sua importância, mas, isolado, embrulhou-se com a bola e rematou de forma caricata.
Nuno lançou ainda André André e Varela, fez o FC Porto acabar em 4x2x4, mas não encontrou o caminho da vitória. Marcano ainda esteve perto, num cabeceamento na sequência de um canto, mas o lateral francês Florent salvou sobre a linha. Pouco, muito pouco, para quem quer ser um candidato sério ao título.
O FC Porto não marca um golo há 340 minutos, desde o golo de Diogo Jota ao Benfica, e somou o quarto 0-0 consecutivo em jogos fora de casa (Setúbal, Chaves, Copenhaga e Belenenses). Preocupante.
Sob arbitragem de Manuel Oliveira, as equipas entraram com:
Belenenses - Joel Pereira, João Diogo, Gonçalo Silva, Domingos Duarte, Florent, Rosell, Vítor Gomes, Sturgeon, André Sousa, Gerso, Abel Camará.
FC Porto - Casillas, Maxi, Marcano, Felipe, Alex Telles, Danilo, Óliver, Otávio, Diogo Jota, André Silva, Corona.
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