Nova série da revista Manifesto é lançada hoje com entrevista de Noam Chomsky

O primeiro número da nova série da Manifesto, uma "revista de debate na esquerda portuguesa", tem uma capa sobre "O Povo", uma entrevista a Noam Chomsky e é hoje apresentada em Lisboa.
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Na entrevista, o intelectual norte-americano e ativista político de esquerda afirma-se preocupado com o crescimento da extrema-direita e do neofascismo no mundo, fenómeno que explica pela cada vez maior concentração de riqueza e de poder.

"O povo está zangado, receoso, sem esperança, à procura de uma espécie de salvação e, por vezes, adere a apelos irracionais. Entretanto, a economia desenvolve-se de forma lenta, mas poderosa em benefício dos extremamente ricos", afirma o professor emérito do MIT.

A revista inclui, ainda, outra entrevista com Chantal Mouffe, filósofa política pós-marxista, nascida na Bélgica, coautora, com o seu companheiro Ernest Laclau, já falecido, a obra "Hegemonia e Estratégia Socialista".

A Manifesto, dirigida nos anos 2000 pelo dirigente do Bloco de Esquerda (BE) Miguel Portas (1968-2012), é hoje um projeto da Associação Fórum Manifesto -- Centro de Estudos Sociais e Políticos, que sucedeu, em 2004, à organização Política XXI.

Neste primeiro número da segunda série, com 150 páginas, a revista publica artigos de, entre outros, Isabel do Carmo (médica e fundadora das Brigadas Revolucionárias), Ana Drago (socióloga e ex-BE), Ana Margarida de Carvalho (escritora e deputada municipal da CDU em Lisboa) e ainda Sampaio da Nóvoa (professor universitária e ex-candidato presidencial).

"Continuamos interessados nos debates plurais à esquerda, nas discussões sobre o seu futuro e o seu papel no contexto português, e nos possíveis processos de convergência entre as diferentes sensibilidades que a constituem, incluindo pessoas e movimentos que não integram nenhuma formação partidária", lê-se no editorial do atual diretor, Frederico Pinheiro.\t

A apresentação, hoje ao fim do dia, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, será feita pela deputada do PS Isabel Moreira e o historiador José Neves, estando também previstas intervenções de Ana Drago, ex-deputada do BE, e de Frederico Pinheiro.

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