Nomeação assinada por Medina suspeita de corrupção para financiar PS

Em causa está a contratação da empresa do histórico socialista Joaquim Morão, para a gestão das obras públicas em Lisboa, que a PJ suspeita de ter sido viciada.
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A Polícia Judiciária (PJ) fez esta terça-feira buscas na Câmara de Lisboa por suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação numa nomeação para prestação de serviços assinada em 2015 por Fernando Medina, então autarca da capital, avança a TVI/CNN Portugal.

Em causa está a contratação da empresa de Joaquim Morão, histórico socialista e ex-autarca de Castelo Branco e de Idanha a Nova, para a gestão das obras públicas em Lisboa, que é suspeita de ter sido viciada.

O Ministério Público crê que o objetivo do esquema era o financiamento ilícito do Partido Socialista (PS) através a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros. Ou seja, os chamados sacos azuis.

A PJ avançou simultaneamente para buscas ao departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa e às casas e empresas de Morão e do seu amigo António Realinho, que até já cumpriu pena de prisão por burla.

A TVI/CNN Portugal, que teve acesso a um despacho assinado por Medina, indica que a empresa de Joaquim Morão foi nomeada para consultoria das obras de requalificação da cidade. Também foram feitos convites a outras duas empresas para que estas apresentassem propostas, mas tudo não terá passado de uma simulação, uma vez que essas empresas pertenciam a Realinho, que é parceiro de negócios de Morão. Segundo a investigação, na resposta aos convites da autarquia terão sido inclusivamente falsificadas assinaturas de Realinho.

Os investigadores acreditam que a contratação de Morão não só foi ilegal como serviu para esconder o verdadeiro propósito do histórico socialista da Beira Baixa: a angariação de subornos nas obras públicas para o saco azul do partido.

Fernando Medina, então presidente da Câmara e atual ministro das Finanças, deverá ser interrogado em breve, ainda segundo a TVI. A este canal, o atual ministro das Finanças garantiu não ter conhecimento de qualquer investigação sobre o tema e afirmou apenas que "os processos de contratação da Câmara Municipal de Lisboa eram instruídos pelos serviços competentes para contratação, no cumprimento das normas aplicáveis".

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