Nas mãos de Vítor Pereira

Contratações de Lucho e Janko deixam o técnico sem mais margem para desculpas. É hora de se mostrar à altura do cargo
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Com o fantasma do insucesso a pairar sobre a campanha da equipa esta época, a SAD do FC Porto resolveu reagir no mercado de inverno. E fê-lo com impacto.

O regresso inesperado de Lucho González tem um peso inestimável. Não foi à toa que Lucho se fez 'El Comandante' do Dragão nos quatro anos anteriores que aqui passou. A ligação sentimental com os adeptos permite que estes voltem a reforçar elos de empatia com a equipa que começavam a deteriorar-se perigosamente. E o balneário ganha um líder respeitado que pode devolver alguma calma e união aos egos intranquilos do grupo.

A equipa, dentro de campo, ainda não se sabe muito bem o que ganhará. Lucho tem agora 31 anos e os seus tempos no Marselha não foram os melhores. Mas a classe é imutável e o argentino tem-na como poucos. Só por isso, todo o futebol português deve sorrir com este regresso.

Além de Lucho, o FC Porto decidiu-se finalmente a tentar resolver o problema do ponta de lança com a aquisição de Marc Janko. O austríaco não tem um nome que crie ilusão fácil, mas o currículo de golos que o acompanha promete pelo menos alguma eficácia. Que é já (quase) tudo o que os portistas pedem de um avançado depois do vazio deixado por Falcao.

Mas não se ficaram por aqui as mexidas. Ao deixar sair jogadores como Fucile, Guarín e Belluschi por empréstimos que só podem gerar mais valias significativas no verão, libertou-se não só de carga salarial importante numa época complicada de tesouraria como reduziu os focos de tensão no balneário, limpando-o de alguns dos jogadores com piores relações com o treinador Vítor Pereira.

Ou seja, perante as incertezas e a contestação, Pinto da Costa reforçou a aposta em Vítor Pereira neste mercado de inverno. Deu-lhe ainda mais e melhores condições: corrigiu as falhas da SAD com a vinda de Janko, limpou-lhe ervas daninhas, trouxe-lhe um aliado para o balneário... Agora, está tudo nas mãos do técnico. Sem mais desculpas. É a altura de mostrar definitvamente que tem unhas para esta guitarra. Caso contrário, Pinto da Costa terá de dar razão aos muitos adeptos que acham que a grande ação necessária para salvar a época continua por fazer.

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