Não estrague o bairrismo, o que a união e o sentido de responsabilidade criou!

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Os utentes do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) desesperam por uma solução, desesperam por um hospital que os possa servir condignamente.

Todos os oestinos, sejam eles utentes, cidadãos, autarcas, deputados, governantes ou outros, sabem que lutar por um novo hospital tem sido duro, que tem sido muitas vezes desesperante, que o digam os utentes do CHO que sofrem na pele a desadequação da estrutura atual.

Mas lutar por um novo hospital quando alguns colocam à frente do interesse dos utentes oestinos o seu antiquado bairrismo primário, fazendo tábua rasa de entendimentos alcançados na Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), demonstram, assim, uma falta de sensibilidade e de compreensão pelas necessidades dos municípios servidos pelos CHO como um todo...assim é muito mais duro!

E sabem quem sofre, no final, perante esse bairrismo primário? O utente! Esse bairrismo tem sido a causa, ao longo dos últimos 20 anos, do não entendimento e da inexistência de uma resposta hospitalar adequada no Oeste até aos dias de hoje.

Bater com a mão no peito por uma Região Oeste forte e coesa não é só quando o vento nos está de feição, a coesão e solidariedade é posta à prova quando é necessário tomar decisões difíceis, colocando a racionalidade à frente do bairrismo, a bem do cidadão, a bem da Região Oeste.
Sejamos, pois, racionais, responsáveis e sérios na ação política!

Tenho de louvar aqui, como tenho feito sempre que posso, a ação da OesteCIM, na proatividade em levar a cabo a elaboração de um estudo, externo e independente, para analisar a melhor localização do novo hospital. Estudo feito pela Universidade Nova de Lisboa, entidade altamente credenciada em Portugal, e que teve a viabilização de todos os 12 municípios da OesteCIM.

Ora, depois deste trabalho louvável, de trabalho comum e de crescimento da identidade da Região Oeste, que, certamente será tido em conta na decisão que o Governo tomará neste primeiro trimestre do ano, que não seja o bairrismo a deitar tudo por terra e a deixar os utentes do CHO entregues a um serviço hospitalar incapaz de dar resposta à região.

Quanto à localização? A decisão terá de ser tomada pelo Ministério da Saúde tendo em conta também a organização da rede hospitalar envolvente. Mas considero que neste problema há três condições incontornáveis: (1) só poderá ser construído um único hospital (com dimensão e escala que permita ter as valências adequadas); (2) os municípios serviços pelo novo hospital têm em comum estarem dispostos praticamente todos num eixo central, a autoestrada A8; e (3) Torres Vedras é de longe o concelho com mais habitantes da Região Oeste, com 83 072 habitantes (com quase mais 30 mil habitantes face ao segundo concelho com mais habitantes). Ou seja, uma solução justa e equilibrada com estas 3 condições passará sempre por uma localização intermédia, junto à A8, entre Torres Vedras e Caldas da Rainha.

A decisão a tomar pelo Governo é de facto complexa, mas também importante e urgente! Seja qual for a decisão do local, a mesma tem de ser vista sem bairrismo, tomada com bom-senso e sentido de justa distribuição de sacríficos/custos/tempo entre todos os utentes a serem servidos pelo novo hospital.

Saibamos também todos, na Região Oeste, aceitar a futura localização com seriedade, com responsabilidade e elevação, em prol da região e da rápida construção de um hospital digno e capaz de prestar uma boa assistência a todos!


Deputado do PS

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