Mourinho inspira-se em Björn Borg para bater Arsène Wenger

O Manchester United visita esta tarde o campo do Arsenal, no primeiro jogo de uma série decisiva para o futuro da equipa. Duelo de treinadores com passado tumultuoso
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O Manchester United joga esta tarde (17.30) em Londres diante do Arsenal, num jogo muito importante para o futuro da equipa de José Mourinho, a uma semana de receber o Manchester City, o líder da Premier League com oito pontos de avanço para os red devils. Mas mais do que uma partida entre dois rivais, este é um duelo muito quente entre Mourinho e Arsène Wenger, dois treinadores com um passado de mind games e reações tumultuosas.

Mas vamos por partes. O treinador português revelou ontem a forma como se inspirou para lidar com os três próximos jogos: Arsenal em Londres, CSKA Moscovo (decisivo para a Champions) e Manchester City em Old Trafford. “Ontem [anteontem] estive a ver um filme interessante: ‘Björn Borg versus John McEnroe’. E o treinador do Borg dizia-lhe ‘um ponto de cada vez, pensa só em cada ponto’.” E é partindo desse princípio que o técnico português já avisou os seus jogadores para “pensarem apenas no próximo jogo, pois não interessa aquilo que vem depois”. E o que vem depois é a qualificação na Champions e a oportunidade de reduzir a distância de oito pontos para o City.

Desta vez, Mourinho não utilizou os habituais mind games em relação a Wenger, preferindo centrar-se naquilo que a sua equipa terá de fazer no Estádio Emirates, onde ainda não sabe se poderá utilizar Matic, uma das peças fundamentais da equipa, sendo certo que Eric Bailly, Fellaini e Phil Jones estão lesionados e fora de combate.

Arsène Wenger é que não perdeu a oportunidade para dar uma bicada ao treinador português, deixando entender que não está à espera que Mourinho estacione o autocarro em frente da baliza do United. “Eles não vão apenas defender. Também vão atacar”, atirou, garantindo que está apenas a pensar na forma como o Arsenal possa vencer. “Quero dar à minha equipa boas hipóteses de vencer este jogo”, sublinhou, admitindo que “o Manchester United está num bom momento, pelo que se espera um jogo bastante interessante”.

Pela forma como os treinadores abordaram este clássico do futebol inglês, desta vez o duelo Mourinho-Wenger promete ser bem mais calmo do que, por exemplo, o confronto de outubro de 2014, quando o quarto árbitro teve de separar os dois treinadores na primeira parte de um Chelsea-Arsenal. O técnico francês empurrou o português e no final do jogo garantiu que não estava arrependido até porque tinha sido “provocado”, enquanto Mourinho lembrou que estava na sua área técnica: “Já fiz muitas coisas erradas no futebol, mas desta vez não.”

A promessa de lhe “partir a cara”

Este é um conflito que se arrasta desde que Mourinho chegou à Premier League, em 2004, tendo os ânimos aquecido na época anterior, depois de várias picardias em conferências de imprensa, quando Mourinho disse que Wenger era “especialista em fracassos” e que “não ganhava nada há oito anos”. Ou em março de 2014 quando o técnico português se pronunciou ironicamente sobre os mil jogos do francês no comando do Arsenal: “Gostaria de ter o mesmo privilégio de ficar tanto tempo no mesmo clube.”

Num livro publicado pelo jornalista Rob Beasley sobre Mourinho, é revelada uma frase alegadamente dita pelo português que confirma a animosidade entre ambos: “Vou encontrá-lo um dia fora do relvado e vou partir-lhe a cara.”

Já em maio, Wenger afirmou que estaria aberto à ideia de ambos terem uma relação cordial, tendo Mourinho devolvido esse desejo: “Não há necessidade de dizer isso porque não temos qualquer problema.” Esta troca de palavras aconteceu antes da segunda e última vitória de Wenger em 17 jogos frente a Mourinho.

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