Há quem não consiga dissociar o adeus de Günter Grass às letras que o consagraram do episódio que viveu quatro anos antes da "reforma", em 2007 - a revelação de que, ainda adolescente, se alistara voluntariamente no exército nazi e acabara a prestar serviço nas Waffen-SS, valeu-lhe uma condenação politicamente repartida por quase todos os setores ideológicos alemães, inclusivamente do partido a que sempre pertenceu, o Partido Social-Democrata (SPD)..Coube à edição online da revista Der Spiegel a publicação de três documentos militares norte-americanos que, de alguma forma, desvendavam essa ligação do escritor às tenebrosas SS. Grass defendeu-se com a requisição de que foi alvo, depois de se ter alistado para serviço cívico e de escritório. Garantiu, até, que já tinha em mente assumir esse "segredo", naquele que viria a ser o primeiro de três volumes em que contou a sua própria vida: Descascando a Cebola (ed. Casa das Letras), relativo ao período 1939-1959, apresentou-se como um profundo reconhecimento dos erros de juventude, como um longo ato de exposição..Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN