"O que eu quero inscrito na minha lápide? A data de nascimento e a data morte. Ponto. Todas as palavras escritas nas lápides são iguais. Quando as lemos pensamos: bem, se eles são todos iguais, onde é o cemitério para os maus?".A sua biografia confunde-se com a história do país. Giulio Andreotti, viveu a monarquia, o fascismo, uma guerra mundial, a Primeira e a Segunda República. Ele foi um dos autores da atual constituição italiana, cumpriu sete mandatos como primeiro-ministro, foi oito vezes ministro da Defesa, cinco vezes ministro dos Negócios Estrangeiros, foi ainda ministro das Finanças e também do Interior..Giulio Andreotti nasceu em Roma, a 14 de janeiro de 1919. O seu interesse pela política surgiu muito cedo. Em 1944 era dirigente do partido Demcorata-Cristão, tendo sido co-fundador do Popolo, o jornal do Partido. Em 146 tornou-se deputado. Aos 28 anos já era secretário do primeiro-ministro, De Gasperi (1947-1953). Em 1954 assumiu a sua primeira pasta, como ministro do Interior. No ano seguinte foi ministro das Finanças. Em 1966 fez parte do terceiro governo de Aldo Moro. Governou Itália entre 1972 e 1992. .Em 1993, para além, de vários escândalos políticos, foi acusado pela justiça de vários crimes com ligação à Máfia e a esquemas de finaciamento ilegal de partidos políticos. O julgamento no âmbito do processo Mãos Limpas arrastou-se até 1999 quando foi absolvido. Mas a polémica continuou. Em 2001 chegou a ser condenado por cumplicidade com os assassinos do jornalista Mino Pecorelli, em 1979. A sentença foi revista mais tarde e Andreotti foi considerado inocente. .Os inimigos chamavam-lhe Belzebu. Mas também havia quem lhe chamasse "Divo Giulio".