Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu neste domingo, dia 16, aos 41 anos, após luta de dois anos contra um cancro no sistema digestivo..Covas pertencia ao PSDB, partido de centro-direita fundado, entre outros, pelo seu avô, Mário Covas, também ex-prefeito de São Paulo. Foi eleito em novembro, derrotando à segunda volta Guilherme Boulos, do esquerdista PSOL, mas já exercia a função desde abril de 2018, substituindo João Doria, também do PSDB, quando este se candidatou a governador do estado. .Será sucedido na gestão da maior cidade do Brasil, com cerca de 11 milhões de habitantes, pelo seu vice, Ricardo Nunes, do MDB, também de centro-direita, mas considerado muito mais conservador em matéria religiosa ou de política de género..Nunes foi acusado de violência doméstica pela mulher e teve o seu nome envolvido num esquema de corrupção a propósito de creches. Por essas razões, um eventual afastamento de Covas por motivo de doença para dar lugar a Nunes foi um dos temas mais falados na campanha..Covas deu entrada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, a 2 de maio com um quadro agravado da doença. Na sexta-feira, dia 14, os médicos consideraram o seu estado de saúde "irreversível".."O prefeito de São Paulo Bruno Covas faleceu hoje às 08:20 em decorrência de um cancro da transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico, e suas complicações após longo período de tratamento", diz a nota divulgada a meio da manhã no Brasil pela Prefeitura de São Paulo..A doença foi diagnosticada ainda em outubro de 2019, o que não impediu Covas, primeiro prefeito paulistano a morrer durante o exercício do cargo, de se candidatar às eleições do ano seguinte. .Divorciado, deixa um filho, Tomás, com 15 anos..Antes de prefeito, foi deputado estadual, eleito aos 26 e reeleito aos 30 com vortação recorde. Em 2014 tornou-se deputado federal e em novembro passado eleito com 59,38% dos votos, cerca de 3 milhões, encabeçando, pelo PSDB, um leque de alianças formado por 11 partidos.."São Paulo disse 'sim' à democracia. São Paulo disse 'sim' à ciência, disse 'sim' à moderação, disse 'sim' ao equilíbrio", disse em discurso no momento da vitória..Nas primeiras semanas após a posse, Covas sofreu críticas por ter levado o filho à final da Taça dos Libertadores da América, no Maracanã, Rio de Janeiro, depois de ter decretado política de confinamento dura aos paulistanos. "Sabia que sofreria críticas mas esse é o preço a pagar por passar um momento inesquecível com o meu filho", justificou. Na ocasião, o Santos, clube de ambos, perdeu para o Palmeiras, do treinador português Abel Ferreira..As reações à morte de Covas surgiram de imediato. "Obrigado Bruno Covas, por ter compartilhado, com todos nós, tanto carinho e dedicação. À Renata e ao Pedro, seus pais, Gustavo, seu irmão, e especialmente Tomás, seu filho, meu afeto nesse momento doloroso em que a natureza subverte o curso da vida. São Paulo terá sempre muito orgulho desse filho querido", escreveu o governador do estado e um dos seus padrinhos políticos, João Doria.."Acabo de receber a tristíssima notícia do falecimento de Bruno Covas. Tão jovem, tão afável, tão idóneo. Com ele vai embora parte da nossa esperança. Descansa em paz", disse Michel Temer (MDB), ex-presidente do Brasil..Para Dilma Rousseff (PT), a antecessora de Temer, "o Brasil perdeu um dos seus promissores líderes políticos". "Lamento a morte do prefeito Bruno Covas, aos 41 anos de idade. Quero manifestar os meus sentimentos ao filho Tomás e a toda família Covas, além dos militantes e dirigentes do PSDB".."Lamento muito a morte do prefeito Bruno Covas. Tivemos uma convivência franca e democrática. Minha solidariedade aos seus familiares e amigos neste momento difícil. Vá em paz, Bruno", reagiu Guilherme Boulos, o principal adversário na eleição municipal do ano passado..Para o sucessor, Ricardo Nunes, "não existe melhor homenagem ao Bruno do que manter a agenda que nos pediu, do que ontinuar atendendo a população de São Paulo que o elegeu a ele e a mim para isso"