O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, considerou hoje prematuro o debate sobre uma possível sucessão de um alemão ao italiano Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu (BCE) em 2019..O ministro foi questionado, em conferência de imprensa, sobre um eventual apoio da Alemanha à candidatura do presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, à liderança do BCE.."Um debate sobre a sucessão do presidente do BCE é, neste momento, totalmente inapropriado e recuso participar nele", respondeu Schäuble, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo francês, Bruno Le Maire, após uma primeira reunião oficial, em Berlim..O ministro francês limitou-se a dizer que a questão da liderança do BCE não foi abordada no encontro..Segundo vários jornais alemães que não citam fontes, a chanceler Angela Merkel e o ministro das Finanças da Alemanha querem promover a candidatura de Weidmann, que tem criticado a política expansionista adotada pelo BCE para apoiar a economia e a inflação na zona euro..De acordo com a revista Der Spiegel, o argumento de Berlim seria: "depois de um holandês (Wim Duisenberg), de um francês (Jean-Claude Trichet) e de um italiano (Mario Draghi), é a altura de um alemão liderar o BCE"..Em 2011, quando se colocou a questão da sucessão de Jean-Claude Trichet, o alemão Axel Weber, na altura presidente do banco central alemão, chegou a surgir como favorito, mas a sua demissão inesperada nesse mesmo ano, no meio de divergências sobre a política monetária, acabou por afastar essa hipótese..O jornal alemão Handelsblatt afirmou, por outro lado, que Paris gostaria de apresentar como candidato François Villeroy de Galhau, governador do Banco de França..O BCE adotou, há cerca de dois anos, uma política de apoio maciço à economia, com taxas de juro muito baixas e um programa alargado de compra de dívida pública..Com os sinais de recuperação na zona euro, a Alemanha considera que essa política já não se justifica e que se deve valorizar mais as poupanças.