Fernando Medina explicou esta segunda-feira em entrevista à RTP o anúncio do aumento intercalar de 3,57% das pensões, negando-se a chamar-lhe de recuo. O ministro das Finanças fala sim numa correção do "efeito-base" do aumento dado em 2022.."Vivemos um tempo de grande incerteza. A prudência é um valor muito importante para governação do país. É importante sermos prudentes para não tomar decisões que temos de reverter. No final de 2022, quando não sabíamos os efeitos da guerra na Ucrânia e da recuperação da China no pós-pandemia, decidimos dar logo um aumento e estabilizar para 2023. A lei dizia 0% num ano e 8% noutro e o que fizemos foi 4% num e 4% no outro. O que fizemos foi corrigir o efeito-base de termos aumentado para 4% em 2022", explicou o governante no Telejornal.."A forma de cálculo sempre se aplicou. Em 2024 tudo retoma a sua normalidade. O que nós hoje anunciámos é que podemos acertar o valor de 2024", acrescentou,.Medina recorda que o criticaram por assumir uma previsão de crescimento de 1,3% da economia quando apresentou o Orçamento de Estado (OE) 2023 e que, afinal, o crescimento até será maior. "Apresentámos o OE em outubro e nessa altura eu disse que a economia ia subir 1,3%. Os partidos da oposição disseram que eu era muito otimista. Hoje temos a confiança de que a economia vai crescer mais do que 1,3%. Temos confiança que não teremos recessão em 2023", vincou..O ministro diz que as contas do Estado "estão em ordem do ponto de vista do défice orçamental" e frisa que o dinheiro arrecadado a mais em impostos tem sido distribuído pelas famílias. "Já temos o programa de redução de IRS em 2023, que abrange sobretudo os mais pobres e os que têm filhos. Tudo o que o Estado recebeu a mais em impostos, cerca de 8 mil milhões, foi distribuído pelas famílias. Temos priveligiado apoiar mais os que mais necessitam, os mais vulneráveis", argumentou..Medina diz que a "inflação está a diminuir" e assegura que "vai diminuir bastante durante este ano, sobretudo a partir de abril", mas que "há uma área, a dos bens alimentares, em que se tem mantido com mais insistência"..Questionado sobre uma suposta insatisfação dos portugueses em relação ao Governo, o ministro diz compreender que "em tempos de inflação elevada e de subida de juros não podem estar satisfeitos".