Médicos alertam para consumo indevido de 'Ritalina'

Clínicos dizem não ter conhecimento de abusos, mas avisam que pode trazer problemas de saúde a quem não precisa
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A Ritalina sempre esteve envolvida em polémica: pensa-se que terá sido criada em 1944 para aumentar a concentração no campo de batalha nos soldados nazis. Embora o consumo deste medicamento seja sobretudo indicado para casos de défice de atenção infantil, há adultos que tomam os remédios dos filhos para se sentirem mais concentrados e organizados no dia-a-dia. Em Portugal não há registo de situações de abuso.

Já nos EUA e no Brasil estão registados vários casos em que a Ritalina é usada ilegalmente sem prescrição médica por estudantes e alguns profissionais para diminuir o cansaço e ajudar no desempenho académico e profissional. Por outro lado, sendo um dos efeitos secundários do remédio a perda de apetite, também existe quem procure, sobretudo as mulheres, a Ritalina para emagrecer no mercado ilegal, nomeadamente na Internet.

Em Portugal, este medicamento só é vendido com receita médica e os especialistas garantem não ter conhecimento de pais que façam uso indevido dos remédios dados aos filhos. Mas para que tal não aconteça, o pediatra Miguel Palha, por exemplo, estabelece um contrato de confiança com os pais. "Falo com eles e estabeleço regras, exactamente para que não aconteçam casos destes", sublinha.

Como este controlo pode não ser eficaz, os clínicos advertem que a utilização indevida da Ritalina, sem orientação médica, pode trazer riscos para a saúde, uma vez que tem efeitos secundários (como o estímulo dos neurotransmissores que potenciam alterações neurológicas) e pode mesmo prejudicar as relações sociais.

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