O presidente do PSD, Luís Marques Mendes, defendeu ontem um pacto de longo prazo com o PS sobre a reforma da Segurança Social, com base nas diferentes propostas que os dois partidos apresentaram há algumas semanas.."É uma reforma de geração. Uma reforma para se prolongar no tempo, ao longo de várias décadas, independentemente das normais mudanças de Governo. Uma reforma que tem de terminar com a incerteza que hoje paira sobre os actuais e futuros pensionistas", explicou Marques Mendes, no discurso da rentrée social-democrata e que coincidiu com o encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide.."Foi esse acordo que esta semana propus ao primeiro-ministro, (...) para o qual espero a disponibilidade do Governo", porque "só pode ser útil ao País", referiu o líder da oposição, denunciando a falta de confiança dos portugueses num sistema que muda "de cinco em cinco anos"..A resposta do PS foi quase imediata, desafiando os sociais-democratas a quantificar os custos da sua proposta. "O PSD ainda não explicou como vai buscar o dinheiro para financiar [o] período de transição, sobretudo numa altura em que o País enfrenta sérios constrangimentos orçamentais", sustentou o porta-voz socialista, Vitalino Canas..Três por cento.Marques Mendes, perante dezenas de jovens participantes na tradicional Universidade de Verão do PSD, organizada pelo eurodeputado Carlos Coelho, - e de dirigentes como Carlos Costa Neves, Guilherme Silva, Assunção Esteves, Macário Correia ou Álvaro Amaro - enquadra a proposta de reforma da Segurança Social num conjunto de mudanças noutras duas áreas (educação e economia) para colocar o País a crescer 3% ao ano.."Crescer 3% ao ano tem de ser o objectivo" do País no quadro da UE, o que "exige políticas diferentes". Para isso, Mendes apresenta três medidas na área económica, centradas no apoio às pequenas e médias empresas (PME): o pagamento das dívidas do Estado, facilitar o seu acesso ao crédito para investimento e incentivar, no seu seio, a criação de núcleos de investigação, desenvolvimento e inovação..Neste sector, Marques Mendes aproveitou para denunciar "o descontrolo" da despesa do Estado. Se as metas do Governo estivessem a ser cumpridas, garantiu, "isso permitiria reduzir o IRC sobre as empresas em quatro pontos percentuais", baixando-o de 25% para 21%. .Estas contas levaram o líder do CDS/PP, no final de uma festa do partido em Leiria, a mostrar-se de acordo com Marques Mendes. .Em matéria de educação, o presidente do PSD defende a criação de "um sistema nacional de avaliação das escolas do ensino básico e secundário, públicas e privadas", com carácter anual e a executar por "uma entidade independente e exterior às escolas". Por outro lado, importa tornar obrigatória a divulgação pública dos cursos tirados pelos licenciados que estão no desemprego - e das universidades que os ministraram. "Esta informação é fundamental para todos melhor perceberem os cursos que têm poucas ou nenhumas saídas profissionais", enfatizou o líder social-democrata.."Temos de pensar em grande. Temos de ter metas ambiciosas e claras. Crescer a 3% é um grande objectivo. Temos de nos mobilizar por causas que valem verdadeiramente a pena - o apoio às PME, a avaliação da qualidade das escolas, a garantia das pensões de reforma", frisou Mendes.