Marijuana? Coke? Hash? Lisboa?

"Parecem bandos de pardais à solta", os dealers, os dealers, "mas quando a tarde cai" vão-se aos turistas, vendem drogas falsas e ganham muito dinheiro...

Já não há "bandos de putos" à solta em Lisboa, como na canção de Ary dos Santos, Paulo de Carvalho e Carlos do Carmo. Mas há bandos de dealers à solta, pela Baixa... São muitos, parecidos e chateiam toda a gente: Marijuana? Coke? Hash?

Ao contrário da canção aqui os "chuis" não têm força, nem são brutos. Dizem nada poder fazer pois o que eles vendem é louro prensado, aspirinas em pó e outros placebos... E que a responsabilidade é da ASAE. A ASAE diz que é da CML e essa, em resposta a uma petição com 700 assinaturas, pediu ao governo em 2015 para criminalizar o falso tráfico de droga. Entretanto a freguesia colocou cartazes a avisar os turistas.

Vender gato por lebre sem pagar impostos é muito lucrativo e os clientes enganados não se podem queixar pois, teoricamente, cometeram um ato ilegal... Conta-se que um protestou e, em vez do livro de reclamações, lhe deram uma facada - esperemos que seja um mito urbano.

Em notícia de 2019, no DN, lê-se que 17 portugueses "da mesma família" foram detidos durante dois dias por venderem falsa cocaína em Madrid. Ou seja, o negócio até se tentou internacionalizar... mas os chuis espanhóis não são meigos e os pardais voltaram para Lisboa.

Há uns anos surgiram várias lojas de droga em Portugal. As substâncias vendidas não constavam da legislação e, portanto, não era ilegal vendê-las... Com a multiplicação de problemas de saúde graves devido ao consumo desses produtos as lojas foram encerradas.

Para já, não há notícias de internados por inalação de louro ou aspirinas, mas a situação dá uma péssima imagem de Lisboa, cria insegurança e enriquece gangues de criminosos. Quem sabe do assunto, alerta que a pequena criminalidade, quando não é combatida, cresce em perigosidade. Dada a demora em resolver a situação podemos concluir que nada disto preocupa as autoridades.

Marijuana? Coke? Hash?

Rui Ramos-Pinto Coelho (Gestor)