Maria João Pires, Rufus Müller e Schubert abrem temporada

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Maria João Pires tem encontro marcado com Rufus Müller, na abertura da nova temporada do Teatro Viriato, em Viseu, a partir de 14 deste mês. A recriação de Viagem de Inverno (obra do romantismo alemão da autoria do austríaco Franz Schubert), pela mão da pianista portuguesa e do tenor nascido em Inglaterra, inicia um trimestre cuja programação questionará «os limites e as fronteiras das artes performativas e do seu relacionamento com outras expressões artísticas», afirmou Miguel Honrado, director artístico do Teatro Viriato.

Nesse sentido, durante a semana de 17 a 21, será apresentada Wasteband, uma performance virtual dirigida por Patrícia Portela, que constitui uma «visão irónica sobre a sociedade de informação, que questiona as relações entre o espaço e o tempo e a capacidade que as pessoas têm de dirigir toda a informação veiculada pelos meios de comunicação social». Seguem-se três estreias absolutas pelo Ballet Gulbenkian, dias 28 e 29 Quase, de Rui Lopes Graça, Pergunta sem Resposta, de Hervé Robbe e A Closer View, de Regina van Berkel. Em Fevereiro, nos dias 11 e 12, o bailado regressa ao Teatro Viriato, com Bal Moderne, uma produção da Companhia Rosas, em que os espectadores são convidados a dar um pezinho de dança, e também Publique, de Mathilde Monnier (dia 19), com música de P. J. Harvey. Ambos abordam a relação entre a obra e o público.

Já no mês de Março, a Companhia Instável apresenta (dias 18 e 19), Les Porteuses des Mauvaises Nouvelles, com coreografia de Wim Vandekeybus. Terão ainda lugar Duplo (5), que alia a música à projecção de vídeo e de voz, e Conspiração (11 e 12), uma combinação de teatro, música e banda desenhada.

Relativamente a teatro, estarão em cena Endgame Revisitado, de Samuel Beckett, pelo teatro Meridional (a 25 e 26 de Fevereiro) e que marca o regresso ao palco de Miguel Seabra, e Anfitriões, da Companhia Paulo Ribeiro. Miguel Honrado referiu também a continuação da aposta no serviço educativo através de vários ateliers e workshops, como Anjos e Piruetas ou Experimenta-Te.

Além destes projectos, o Viriato vai acolher ainda três exposições de fotografia ao longo do ano. Mostra - Uma Amostra de Três Meses na Vida do Viriato em Imagens, de João Garcia é a primeira. A música vai também marcar presença com a iniciativa Jazz à quarta, uma parceria Teatro Viriato, Gira Sol Azul e Bar do Teatro.

Apesar das várias propostas culturais e de o Ministério da Cultura ter feito uma avaliação positiva da sua candidatura, o Teatro Viriato encontra-se em dificuldades. Tal situação levou à contestação da proposta de financiamento do Ministério da Cultura para o próximo quadriénio, que mantém o montante atribuído em 2001 750 mil euros anuais, 60 por cento dos quais cabem ao Ministério da Cultura. O cenário agrava-se, pois a primeira parte do financiamento só deve ser recebida em Abril ou Maio.

Para o director artístico, tendo em consideração a situação económica do País, a manutenção do montante «corresponde a um claro desinvestimento no projecto do Teatro Viriato».

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