Marcha lenta de "4 mil táxis" contra a Uber vai paralisar Lisboa na sexta

Poderá ser a maior manifestação de táxis de sempre em Portugal. Estão também previstas marchas lentas em Faro e no Porto
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O protesto dos taxistas contra a situação da plataforma Uber em Portugal, que dizem ser ilegal, vai culminar esta sexta-feira a partir das 8:00 com marchas lentas no Porto, em Faro e em Lisboa, onde se esperam cerca de quatro mil carros, segundo disse ao DN o presidente da Federação Portuguesa de Táxis, Carlos Ramos.

Em Lisboa, a marcha lenta vai começar com uma concentração na rotunda do Campus da Justiça, e vai atravessar a capital até chegar ao Parlamento, onde Carlos Ramos espera que os representantes dos taxistas possam ser recebidos por um representante do Governo. "A Uber está numa situação de ilegalidade", afirmou o presidente da FPT, acrescentando que a inação do governo "não se compreende". Esperam-se cerca de quatro mil carros em Lisboa, avançou ainda o representante, nesta que é uma manifestação em conjunto com a ANTRAL, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros.

No Porto, a marcha lenta começa no Castelo do Queijo e termina na Câmara Municipal, e em Faro parte do Estádio do Algarve, passa pelo aeroporto e segue também para a Câmara. Em ambos os casos, Carlos Ramos exprimiu a esperança de que os representantes dos taxistas fossem recebidos pelos autarcas.

"A revolta é tão grande que não tenho dúvida nenhuma em afirmar que vai ser a maior manifestação de táxis em Portugal", afirmou Carlos Ramos, ao telefone com o DN. "Vai haver muito, muito carro parado".

Florêncio Almeida, presidente da Antral, disse à agência Lusa, no princípio desta semana de protesto contra a Uber, que os taxistas "não são contra a Uber, mas sim contra o modo" como está no mercado, adiantando que pretendem apenas que aquela empresa trabalhe de forma legal. "A Uber não nos mete medo. Tem é de cumprir as leis do país", disse. A semana de protesto envolve a distribuição de manifestos sobre a "ilegalidade" da plataforma.

O Ministério do Ambiente, que tem a tutela dos transportes, anunciou esta semana que vai criar um grupo de trabalho para avaliar se será necessário ajustar a legislação vigente para se aplicar melhor a plataformas como a Uber, um serviço de transporte de passageiros em viaturas ligeiras que é concorrente aos táxis.

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A Uber é um serviço que permite aos utilizadores "chamarem" carros através da internet e dos telemóveis, de uma aplicação, e que utiliza carros particulares. Tem sido recebido com hostilidade pelos taxistas em todo o mundo, que o consideram concorrência desleal.

Após uma paralisação dos táxis no aeroporto da Portela, em Lisboa, em fevereiro, a Uber emitiu um comunicado em que expressava a esperança de um entendimento. "Qualquer grupo tem o direito de se manifestar desde que de forma pacífica, e em respeito pela ordem e tranquilidade públicas. (...) Estamos certos de que os táxis e as aplicações de mobilidade, como a Uber, podem coexistir e trabalhar de forma conjunta".

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(Notícia atualizada: acrescenta hora do início do protesto: 8:00 em todos os locais previstos)

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