"Desperar a curiosidade", "contaminar o gosto". Estes são alguns dos lemas que o radialista Henrique Amaro alia à edição deste ano do Optimis D'Bandada (do qual é também programador), que contará, este sábado, com mais de 50 espetáculos espalhados por mais de duas dezenas de espaços do Porto. Todos de acesso gratuito..Alguns desses espetáculos são inéditos. Por exemplo, a rapper Capicua levará amanhã até ao Café Aviz a Língua Franca, um espetáculo criado por si, centrado na língua falada, sem música, e que contará com a presença de André Henriques (Linda Martini), Maze (do grupo Dealema) e da própria rapper..Já Tiago Pereira foi desafiado a programar o dia no varandim da Torre dos Clérigos. Com um trabalho focado na recolha de música tradicional, de norte a sul do País, e também realizador de vários documentários, não só fará parte deste Optimus D'Bandada com projetos de que faz parte (nomeadamente os Sampladélicos e Omiri), mas levará até este espaço músicos como Pedro Mestre, Pro Pagode ou Re Timbrar. "Estou muito curioso com esta curadoria. Quero muito ver como é que uma viola campaniça consegue coabitar neste contexto", afirmou ao DN Henrique Amaro..Também a editora de jazz Clean Feed foi convidada a programar o Café Lusitano, onde vão tocar Pedro Sousa & Gabriel Ferrandini e os RED Trio (que este mês lançam um novo álbum). .Vai ainda haver uma estafeta e uma maratona musical, programada pela produtora Lovers & Lollypops. Na estafeta, a primeira banda começa a tocar num local, deslocando-se depois até onde a segunda banda toca, passando a vez a esta e assim sucessivamente. A maratona decorre à noite, com as mesmas bandas, no Plano B..Espaços como o Clube Fenianos Portugueses, o Coreto da Cordoaria, o Miradouro da Vitória, a Casa do Livro, a Praça dos Leões ou o Passeio das Virtudes receberão amanhã muitas das atuações programadas. ."Os próprios locais demonstram interesse em fazer parte disto. Por exemplo, o Clube Fenianos Portuenses. Esta é uma sala da alta sociedade do Porto, dos anos 40/50. Até agora era fechada ao tipo de público do festival e surgiu porque houve interesse por parte da direção. Quando me chega a lista de espaços a programar, fico surpreendido com a variedade", explicou Henrique Amaro..A variedade passa não só pelos espaços, mas também pelos músicos, como referiu o programador: "Vivemos um momento muito criativo na música portuguesa e diria que qualquer programador não terá problemas em arranjar matéria prima na área geográfica de Portugal".E acrescenta: "Uma das conclusões que tiro é que qualquer retrato que se tire hoje em dia da música portuguesa será sempre incompleto. É uma característica saudável dos dias de hoje".