Mais de 250 mil querem hipers abertos ao domingo .BE e PCP defendem mais restrições. PSD quer lei actual e PP não decidiu .A Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) vai entregar uma petição na Assembleia da República a favor da abertura dos hipermercados aos domingos e feriados. A associação recolheu assinaturas de 250 mil consumidores, durante um mês, para apoiar este pedido..O objectivo é alterar a actual legislação, que impede estabelecimentos comerciais com mais de dois mil metros quadrados de abrirem aos domingos à tarde e feriados. .Fonte oficial do Ministério da Economia, reiterou ao DN que o assunto "não está na agenda do Governo". Por outro lado, o PSD está satisfeito com a lei em vigor. "Este modelo é melhor do que um mais radical. Não defendemos o encerramento total do domingo, nem a total liberalização. A posição de princípio é manter a situação actual", afirmou ao DN o deputado Hugo Velosa. Por estas razões, o PSD "não deverá aceitar a posição da APED". .O Bloco de Esquerda já apresentou uma proposta na Assembleia da República com mais restrições do que o regime actual. O partido propõe o encerramento das superfícies com mais de dois mil metros quadrados aos domingos (todo o dia e não só à tarde). .Já o PCP defende que todas as lojas, independentemente da dimensão , devem estar encerradas ao domingo e feriados. .O CDS ainda não decidiu a posição a tomar, uma vez que esta matérias não é consensual. "Há deputados contra e outros a favor", afirmou ao DN o deputado Hélder Amaral, avançando que a nível pessoal "é contra" a proposta da APED. "Não sinto necessidade, essa liberalização não responde a um problema objectivo".. Para a APED, "já não restam dúvidas que os portugueses estão com a associação nesta luta contra a discriminação das grandes superfícies" o que "limita a opção de escolha e liberdade dos consumidores portugueses decidirem quando e onde querem fazer as suas compras". .Luís Vieira e Silva, presidente da associação, destacou os resultados de um estudo da Universidade Católica, segundo o qual 66% dos inquiridos se manifestaram favoráveis à abertura das lojas ao domingo à tarde. O responsável frisou ainda que estão em causa 147 estabelecimentos que, se abrissem nos períodos proibidos, iriam criar 4000 novos empregos directos, aos quais se juntariam vários postos indirectos em áreas como a segurança e limpeza.