Mais de 130 atores amadores recriam invasões francesas em Viana do Castelo

As invasões francesas vão ser recriadas mais de 200 anos depois na vila de Darque, Viana do Castelo, com um teatro de rua interpretado por mais de 130 atores amadores, anunciou hoje a Junta da Freguesia.
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"Não queremos deixar morrer as memórias desse período difícil e vamos relembrar a história, sobretudo aos mais novos", afirmou hoje à Lusa o presidente da Junta de Freguesia, Joaquim Perre.

A recriação histórica da "angústia e medo" vividos em 1808 pela população daquela vila situada na margem esquerda do rio Lima, fazendo frente às tropas de Napoleão, vai decorrer em dia 26 de maio, às 21:30, no largo do Cais Velho, em pleno centro da freguesia.

Segundo aquela autarquia, "durante as invasões francesas, os darquenses recolheram os haveres mais valiosos da freguesia (nessa data ainda dependente do concelho de Barcelos) e enterraram-nos nas areias das margens do rio Lima, garantindo que não caíssem em mãos indesejadas".

"Mais de duzentos anos depois, recordamos o modo de vida desses homens e mulheres recriando, no Largo do Cais Velho, um mercado, animado pelos pregões e azáfama dos tendeiros e vendedores ambulantes, pelos ofícios, pelos homens de letras e pelo povo no seu quotidiano", especificou.

Os franceses, comandados pelo general Junot, entraram pela Beira Baixa a 19 de novembro de 1807. O rei João VI abandonou o país. Em agosto de 1808 os franceses foram derrotados por forças luso-britânicas, comandadas pelo general Wellesley.

A representação, promovida pelo segundo ano consecutivo pela Junta de Freguesia, vai contar com a participação de "mais de 130 atores e figurantes das associações e instituições da vila, dirigidos por José Carlos Loureiro e João Branco.

O teatro de rua "recriará a história, feita de muitas estórias, até que tudo é interrompido pela invasão dos soldados a cavalo e apeados, ao som de tambores e de morteiros, às ordens de Napoleão, criando a angústia e o medo".

"Alguns populares resistem, outros procuram salvaguardar as memórias da terra num turbilhão de fé e de religiosidade própria da época, salvando o Senhor na areia, A tormenta dá lugar ao silêncio e desenterram-se as palavras Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que todos levam gravadas na mente", avançou a autarquia presidida por Joaquim Perre.

No espaço onde decorrerá a recriação história, em pleno centro da vila, haverá, a partir das 19:00, animação de rua, típica da época.

Já no dia 12 de maio, às 21.30, na sede da Associação de Reformados de Darque decorrerá uma tertúlia, proferida por José Carlos Loureiro, com o tema "Darque no Tempo das Invasões Francesas".

A reconstituição histórica agora promovida pela Junta local, começou em 2008, na altura realizada no âmbito de um projeto de integração social de crianças pertencentes a famílias carenciadas daquela freguesia, designado "Dar+Que Falar".

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