Lula reconhece que Brasil quase se destruiu com organização do Mundial 2014

"Confesso a minha frustração com o Campeonato do Mundo, se eu pudesse fazer como uma avestruz e enfiar a minha cabeça na areia e nunca mais a tirar, eu fá-lo-ia", admitiu ex-presidente e agora candidato à Presidência do Brasil.
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O antigo Presidente brasileiro Lula da Silva, favorito para as presidenciais de 2 de outubro, reconheceu na terça-feira a sua frustração com o Mundial2014 de futebol, organizado pelo país.

"Quase nos destruímos a nós próprios", disse Luiz Inácio Lula da Silva.

"Confesso a minha frustração com o Campeonato do Mundo, se eu pudesse fazer como uma avestruz e enfiar a minha cabeça na areia e nunca mais a tirar, eu fá-lo-ia", acrescentou.

Durante um evento turístico, integrado na campanha eleitoral, Lula afirmou que as alegações de corrupção na construção dos estádios do Campeonato do Mundo danificaram a atmosfera do torneio, apesar de o Tribunal de Contas da União - disse - lhe ter assegurado que só tinha havido uma irregularidade específica na construção do Maracanã no Rio de Janeiro.

"No entanto, a imagem do país foi a do organizador de um Campeonato do Mundo corrupto, que todos roubaram dos estádios", disse.

O líder progressista lembrou também a dura vaia à sucessora e aliada, Dilma Rousseff, durante a partida de abertura do Campeonato do Mundo em São Paulo e assegurou que "não era o comportamento de um povo normal".

Lula da Silva, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, lidera todas as sondagens antes das eleições de 02 de outubro, nas quais o principal rival é o Presidente, Jair Bolsonaro.

O Tribunal Superior Eleitoral decidiu manter os vídeos de propaganda eleitoral da campanha de Jair Bolsonaro com declarações negativas sobre Lula da Silva, proferidas pelo agora candidato a vice-presidente do antigo chefe de Estado brasileiro.

Geraldo Alckmin e Luiz Inácio Lula da Silva já foram adversários políticos, mas agora concorrem juntos às eleições presidenciais dentro de 11 dias.

O atual candidato a vice-Presidente de Lula tinha pedido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que mandasse a campanha do Presidente e candidato, Jair Bolsonaro, retirar a propaganda eleitoral feita com declarações de Alckmin em 2017 e 2018, nas quais se refere a Lula como "um preso condenado por corrupção", entre outras.

Na opinião de Alckimin, esta propaganda eleitoral devia ser considerada desinformação por estar descontextualizada.

O TSE negou o pedido e considerou que mudanças de posicionamento político "são naturais do jogo político".

Para o TSE, que aprovou por unanimidade a decisão da juíza Maria Cláudia, cabe ao eleitor "ponderar sobre os motivos que justificaram as alterações de posição dos candidatos".

A última sondagem divulgada pelo instituto Datafolha, na quinta-feira passada, mostrou que Lula da Silva tem 45% das intenções de voto para a primeira volta, contra 33% para Bolsonaro.

A eleição presidencial no Brasil tem a primeira volta marcada para 02 de outubro e a segunda, caso seja necessária, no dia 30.

Atualmente, dez candidatos disputam as presidenciais brasileiras: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.

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