Lá dentro, acha-se um oásis de sossego e ar condicionado. São cinco da tarde e, além do pessoal da ca-sa, que rearruma estantes e confere encomendas, apenas três clientes vagueiam no amplo espaço da Livraria Bertrand no Picoas Plaza, à Rua do Viriato. "É o normal para esta hora", explica Pedro Almeida, responsável da loja, garantindo que este ano o negócio se tem mantido indiferente à Feira do Livro que corre ali ao lado, no Parque Eduardo VII..O responsável da Bertrand diz que este ano é excepção. "Tanto nesta como na livraria lá em cima, nas Amoreiras - as duas mais próximas do Parque - é costume sentir-se uma quebra no movimento. Este ano, nada." E se a esta hora há pouca gente na loja, avalia, não é seguramente por culpa dos descontos do Eduardo VII. Porque neste refúgio ao calor da rua alcatroada, a afluência de clientela segue o ritmo dos empregos com horários certo: "Há um pico na hora de almoço, outro a partir das 18.30. O sossego é o normal da hora." Além disso, "o negócio já vinha em baixo desde Maio. Está apenas igual. Mas nada que assuste. É mesmo assim: uns meses melhor, outros pior"..Certo é que não há um antes e um depois da Feira no livro de contas. "Tudo igual: a mesma afluência de clientes, o mesmo tipo de clientes, às mesmas horas", confirma Isabel Durão, sentada no balcão à entrada da Buchholz, na Avenida Duque de Palmela. "Temos as mesmas horas mortas, como esta, e as de maior movimento, entre as 18.30 e as 21.00, e ao almoço." E tal como na Bertrand, nem sequer é necessário levar promoções especiais às estantes para travar a normal fuga para o Parque.."Talvez a afluência que falta lá seja a daquele público que também não vem aqui", calcula Pedro Almeida. "Talvez a clientela que aqui vem procure algo que não encontra lá, ao calor", sugere Isabel Durão. Ou "talvez o livro seja moda em desuso", intromete-se uma cliente que escuta a conversa, sorriso lamentado, junto a uma estante da Bertrand. Talvez. .Livrarias vizinhas indiferentes à Feira .As escolhas de...