Líderes do movimento pró-democracia negam interferências externas

Os líderes do movimento pró-democracia negaram hoje as declarações do chefe do executivo de Hong Kong, que afirmou que "forças externas" estariam a orquestrar as manifestações em massa.
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Num programa de televisão emitido no domingo à noite, o responsável pelo executivo de Hong Kong, CY Leung, culpou as forças estrangeiras pelos protestos em curso na cidade chinesa, mas recusou-se a identificá-los.

As declarações de Leung foram consideradas ridículas pelos líderes do movimento, que insistiram que este foi criado pela necessidade dos habitantes locais por mais liberdades democráticas e pelo crescente descontentamento em relação à desigualdade.

"Os meus vínculos com os países estrangeiros estão limitados ao meu telemóvel coreano e ao meu Gundam (uma série animada com robôs) japonês. E claro todos estes são `Made in China", disse no domingo, pela rede social Facebook Joshua Wong, um dos líderes do movimento.

"Não podem sucumbir aos manifestantes e dizer - nós talvez devêssemos fazer concessões? - mas ao invés disso, tentam denegrir e manchar o movimento. Isto está tudo muito sujo", disse Cláudia Mo, advogada pró-democratica à agência francesa AFP.

A imprensa estatal chinesa tem, repetidamente, alegado que "forças anti-China", como os Estados Unidos, estão a manipular os manifestantes, e Pequim já advertiu para não a não-ingerência estrangeira nas manifestações que considera um assunto interno.

CY Leung voltou também a sublinhar que o movimento pró-democracia está "fora de controlo" e pediu uma "solução sensata e pacífica".

Milhares de pessoas em Hong Kong estão na rua pela quarta semana consecutiva, num protesto que visa conseguir o voto direto e universal dos eleitores na escolha do líder do Governo sem qualquer entrave ou pré-escolha por parte do comité eleitoral, um órgão em que a China acaba por conseguir o poder de seleção.

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