Leonor Beleza "foi escolha pessoal" do industrial

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No testamento de Champalimaud havia uma boa surpresa. O empresário legava 500 milhões de euros da sua vasta fortuna para a criação de uma fundação dedicada à investigação na área da saúde.

Uma outra surpresa encerra ainda o gesto de generosidade do industrial e banqueiro. Para dirigir a fundação, escolhe Leonor Beleza, antiga ministra da Saúde - nos Governos do, até certo ponto, "inimigo" Cavaco Silva - que saía da vida política pela porta das traseiras, devido ao caso dos hemofílicos.

A criação da fundação e a escolha de Beleza para concretizar o projecto, diz Manuel Monteiro, antigo líder do CDS-PP, "é um sinal de humanismo e de altruísmo que a figura não transmitia ao vivo". Monteiro era uma esperança para o Portugal de Champalimaud. Do Brasil, via o jovem líder "com a cabeça no lugar". Mas os dois acabariam, mais tarde, por entrar em ruptura.

Na escolha de Leonor Beleza para presidente da Fundação Champalimaud terá havido a mão de Proença de Carvalho, amigo do empresário, que elaborou os estatutos da instituição. O advogado desmente. "Foi uma escolha pessoal e, como se vê, acertada."

Champalimaud "tinha a arte de escolher jovens talentos", que depois se tornariam figuras importantes no País. É o caso de Nobre da Costa ou de Morais Leitão, refere o jurista. Também ele "descoberto" pelo rei do cimento. "Descortinei em Proença de Carvalho atributos que viriam a torná-lo um dos mais famosos advogados de Lisboa", disse, um dia, António Champalimaud.

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