Junta de freguesia está contra mais construção em Carnide
A Junta de Freguesia (JF) de Carnide está contra a intenção da Câmara Municipal de Lisboa (CML) de construir quase 195 mil m2, 70% dos quais destinados a comércio, serviços e turismo, perto, sobretudo, da estação do metropolitano da Pontinha.
O cenário consta de uma proposta recente de delimitação da Unidade de Execução (UE) do Parque Urbano da Pontinha e, de acordo com a documentação que esteve em discussão pública até dia 4, pressupõe que ali nasça uma "nova fachada urbana" de "malha compacta" e com edifícios de "cérceas elevadas". Outra "pequena frente urbana" poderá surgir junto ao Bairro Padre Cruz, assumindo-se como entrada numa nova área verde de 30 mil m2 que servirá como "espaço urbano de ligação e continuidade" entre o nó da Pontinha e um eventual "núcleo empresarial e tecnológico a desenvolver a nascente".
É um território com "282 mil m2 entre a Pontinha (Odivelas) e o Bairro Padre Cruz aquele que o executivo municipal (PS) quer requalificar para, nomeadamente, diluir o "efeito de fragmentação que atualmente a zona patenteia" e "potenciar" a sua afirmação como "uma nova centralidade polarizadora em torno de uma porta de entrada na cidade de grande acessibilidade metropolitana". A necessidade de intervenção é reconhecida também pela JF de Carnide, mas termina aqui o consenso quanto à UE, que visa a execução do plano diretor municipal (PDM).
As divergências começam logo na denominação do mecanismo, que o presidente da JF de Carnide preferiria que fosse Parque Urbano de Carnide. Igualmente criticado por Fábio Sousa (PCP) é a não inclusão do Polidesportivo do Bairro Padre Cruz. "[O equipamento] encontra-se há anos sem acessos adequados (...). A área onde está implantado este equipamento confina com a UE. Não se percebem as razões da sua exclusão", frisa, na sua participação na discussão pública, o autarca.