Juiz brasileiro alvo de insultos e de tentativa de agressão no aeroporto de Roma

Alexandre de Moraes é presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, alvo de duras críticas e ameaças de apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro, a quem o tribunal retirou os direitos políticos por "abusos de poder" cometidos durante a campanha eleitoral de 2022.
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O juiz do Tribunal Superior Eleitoral e presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil foi alvo de insultos e de uma tentativa de agressão, um incidente já condenado este sábado por autoridades governamentais, parlamentares e da oposição.

De acordo com a imprensa local, o juiz Alexandre de Moraes foi vítima de insultos e até mesmo de tentativas de agressão física na sexta-feira por parte de três brasileiros, que gritaram "bandido, comunista e comprado" no aeroporto de Roma, cidade onde fará uma série de palestras.

Além de membro do Supremo Tribunal Federal, Moraes é presidente do Tribunal Superior Eleitoral, alvo de duras críticas e ameaças de apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro, a quem o tribunal retirou os direitos políticos por "abusos de poder" cometidos durante a campanha eleitoral de 2022.

Nessas eleições, Luiz Inácio Lula da Silva venceu, mas Bolsonaro recusou-se a reconhecer e chegou a insinuar uma suposta fraude.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, atribuiu o que aconteceu em Roma a "extremistas" que têm "comportamento criminoso" e "acreditam que podem fazer tudo porque têm dinheiro".

Da mesma forma, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, considerou "inaceitáveis" estes "atos de hostilidade", que "comprometem o caminho para a construção de um país de progresso, civilizado e pacífico".

O incidente foi criticado até por políticos pró-Bolsonaro, como o senador Rogério Marinho, ex-ministro do Desenvolvimento Regional no Governo de Jair Bolsonaro.

Segundo Marinho, "a intimidação e a violência física não são instrumentos de luta política", mas uma "forma irracional de manifestação que não ajuda" e que "se volta contra quem a pratica".

O ex-ministro afirmou que "a normalidade democrática tem de regressar ao país", juntamente com a "pacificação e o diálogo", para "conviver com as diferenças", que considerou fazerem parte da "espinha dorsal da democracia".

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