Irmãos Souto. Os futuros doutores que são estrelas da patinagem artística
Depois de um verão em que tudo lhes correu sobre rodas, José e Mariana Souto mal tiveram tempo para assentar os pés na terra e saborear a glória. Entre a patinagem artística e o curso de Medicina, sobra muito pouco espaço na agenda destes dois irmãos. Em agosto, sagraram-se campeões europeus de Pares de Dança no escalão de Juniores. Não satisfeitos com a proeza, juntaram-lhe um inédito título mundial logo no mês seguinte. Por estes dias, enquanto retemperam forças, continuam a competir arduamente por boas notas, só que na faculdade.
A disciplina que aprenderam na modalidade ajuda-os a vingar nos estudos sem prejuízo dos treinos. E vice-versa. "É preciso muita dedicação para passar um verão inteiro a treinar dentro de pavilhões, mas no final acaba por ser gratificante", justifica José, de 19 anos. Graças a uma média de 19,2 no secundário, nem precisou de estatuto de alta competição para ingressar em Medicina na Universidade do Porto. No primeiro ano, conseguiu conciliar a anatomia dos patins com a dança das cadeiras: passou a todas. Disposta a seguir-lhe as pisadas, a "caloira" Mariana também já começou a dar os primeiros passos no mesmo curso, apesar de só atingir a maioridade em dezembro.
Pelo meio, foi necessário sacrificar alguns momentos da adolescência. "Durante o verão, por exemplo, tivemos de abdicar das saídas à noite com os amigos. Na altura custou um bocadinho, mas depois compensou. Também temos outras coisas que eles não têm", explica Mariana. José concorda: "Nada é impossível se trabalharmos bem. Podemos ser bons nas duas coisas." E trabalhar bem equivale, geralmente, a três horas de treino por dia. Seis, nas alturas que precedem as grandes competições, como a que os consagrou em Cali, na Colômbia, onde - a título individual - José também reconquistou o cetro mundialde Juniores na categoria de Solo Dance.
Leia mais na edição impressa ou no e-paper do DN.